‘Eu sou Marine!’, extrema direita europeia apoia Le Pen após condenação

A líder do partido de extrema direita francês Reagrupamento Nacional (RN), Marine Le Pen, chega ao Tribunal Correcional de Paris em 31 de março de 2025ALAIN JOCARD

Alain JOCARD

Liderados pela Hungria, vários representantes da extrema direita na Europa denunciaram, nesta segunda-feira (31), a condenação e inabilitação política da líder ultradireitista Marine Le Pen, por desvio de fundos públicos quando era eurodeputada.

O Kremlin se juntou às vozes que consideraram a sentença uma injustiça. “Cada vez mais capitais europeias seguem o caminho da violação das normas democráticas”, reagiu o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

A líder do Reagrupamento Nacional (RN) teve seu futuro político comprometido após três tentativas fracassadas de chegar à presidência, e era considerada uma das favoritas ao posto para a eleição presidencial de 2027.

“Eu sou Marine!”, escreveu na rede social X o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban.

Para o premiê nacionalista, ela agora se junta aos “patriotas” que foram vítimas de um complô, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ou o vice-ministro italiano Matteo Salvini.

O líder do partido A Liga, que teve problemas judiciais em seu país, também expressou seu apoio à Le Pen. “Não deixamos nos intimidarem, não deixamos que nos parem: Vamos com tudo, minha amiga”, escreveu.

Também denunciou o que considerou como uma “declaração de guerra de Bruxelas”, que, segundo ele, foi a raiz da condenação de Le Pen, acusada por pagar com o dinheiro do Parlamento Europeu os funcionários de seu partido.

– Cenário romeno –

“Não conseguirão calar a voz do povo francês”, declarou o líder do partido de extrema direita espanhol Vox, Santiago Abascal, que havia convidado a eurodeputada francesa a Madri em fevereiro, juntamente com Orban e outros líderes do grupo parlamentar Patriotas pela Europa, fortalecidos pelo retorno de Trump à Casa Branca.

Na Holanda, o líder do partido de extrema direita que lidera a coalizão, Geert Wilders, classificou a sentença como “incrivelmente dura”.

“Estou convencido de que ganhará o recurso (de apelação) e se tornará presidente da França”, declarou ele no X.

Este cenário, no qual a política foi inabilitada de ocupar cargos públicos por cinco anos, recorda os recentes acontecimentos políticos na Romênia, onde o candidato de extrema direita Calin Georgescu foi excluído da corrida presidencial pelo Tribunal Constitucional.

Georgescu venceu no primeiro turno da eleição de 24 de novembro, mas a votação foi posteriormente anulada em uma decisão incomum na União Europeia.

Alegando um “golpe de Estado”, o candidato obteve o apoio do assessor próximo de Trump, Elon Musk, enquanto o vice-presidente dos EUA, JD Vance, condenou as autoridades romenas por terem “tanto medo de seu povo que o silenciaram”.

Segundo o líder político sérvio da Bósnia, Milorad Dodik, “os tribunais se tornaram as ferramentas daqueles que temem a democracia”.

“Marine Le Pen foi condenada porque é uma ameaça a um sistema que não sabe perder”, disse Georgescu, que foi recentemente condenado pelo Judiciário bósnio a uma pena de prisão e proibido de ocupar cargos públicos.

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