Nessa Barrett encanta fãs empolgadíssimas em show de dublagem aquém de um grande festival


Cantora americana se apresentou no Lollapalooza nesta sexta-feira (28). Sem desenvoltura, mostrou que tenta ser Lana Del Rey dos tempos do TikTok. Nessa Barrett encanta fãs empolgadíssimas em show de dublagem aquém de um grande festival
Reprodução/Globo
Quando Nessa Barrett assinou seu primeiro contrato como cantora, ela era uma tiktoker que cantava direitinho. Quem foi ao Lollapalooza e gastou 50 minutos vendo sua performance saiu com outra impressão: ela é uma tiktoker que não canta tão direitinho assim.
A maior parte dos vocais é pré-gravada e ela dubla na maior parte do tempo. A voz que sai das caixas de som quando ela está falando com a plateia é muito, muito diferente da que deveria sair quando ela está “cantando”.
Há explicação. Uma coisa é postar vídeos curtos soltando a voz ou dublando hits de outros artistas, como ela fazia por volta dos 17 anos. Outra bem diferente é entregar um bom show de festival em um horário nobre, depois das 19h.
Uma plateia dedicada de fãs, na maioria mulheres jovens, não se importou com a pouca desenvoltura da simpática moça de 1,50m e 22 anos. Animadas desde o começo, receberam a cantora com gritos de “Nessa, eu te amo” e “Nessa, cadê você, eu vim aqui só pra te ver”.
Janessa, nome real dela, tenta se firmar como uma voz emocionada e entediada da geração Z. Parece querer ser uma Lana Del Rey dos tempos do TikTok. Pode até ser, mas o show fica muito aquém de suas ambições. Não basta que sua banda favorita seja o Portishead, você precisa de bagagem, talento e boas ideias para ir além do pop arrastado com influência do grupo de trip hop. A homenagem à banda de Beth Gibbons surge no fim de show, com cover de “Glory Box”.
Os vocais lânguidos do gênero que juntou rap, jazz e eletrônica estão na performance de Nessa. Há também letras em que ela bota para fora angústias relacionadas a relacionamentos e a seus problemas de saúde mental.
Com apoio de um trio com tecladista, guitarrista e baterista, ela também fala de morte em músicas como “Die First”. “Mas se um de nós morrer / Espero morrer primeiro / Porque não quero viver sem você”, ela canta. São letras gritadas por uma plateia feminina que demonstra amor pela cantora. Ou dubladora, no caso.
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