Desemprego sobe para 6,8% no início de 2025, mas renda média atinge recorde

A taxa de desemprego no Brasil registrou um aumento no início de 2025, ficando em 6,8% no trimestre móvel encerrado em fevereiro. O número foi superior ao 6,5% observado no trimestre anterior, encerrado em janeiro, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com esse aumento, o cenário do mercado de trabalho apresenta avanços importantes, como o crescimento do rendimento médio, que chegou a R$ 3.378 — valor recorde para o período.

O rendimento médio do trabalhador seguiu sua trajetória de crescimento, mesmo diante das pressões inflacionárias. Em comparação ao trimestre anterior, o aumento foi de 1,3%, e em relação ao mesmo período de 2024, o crescimento foi de 3,6%. Em 2024, a geração de empregos, tanto formais quanto informais, juntamente com o avanço da renda, contribuíram para que a taxa de desemprego ficasse na média histórica mais baixa desde o início da série da Pnad Contínua, em 2012, alcançando 6,6%.

Fatores sazonais e o aumento do desemprego no início do ano

O aumento da taxa de desemprego no início de 2024 pode ser atribuído a fatores sazonais. A alta da taxa está diretamente ligada ao fim dos contratos temporários, que tradicionalmente geram mais vagas de trabalho no final do ano. Em janeiro e fevereiro, muitos desses contratos se encerraram, resultando em uma queda na população ocupada. Em comparação com o trimestre móvel até novembro de 2023, a população ocupada caiu 1,2%, com a perda de 1,2 milhão de postos de trabalho.

Apesar disso, as demissões afetaram principalmente vagas informais ou de empregados domésticos, enquanto o emprego formal com carteira assinada teve uma performance positiva. O setor privado gerou 421 mil vagas com carteira assinada, o que fez com que o número de empregados formais atingisse 39,6 milhões, um recorde desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012.

O cenário em relação a um ano atrás

Ao olhar para o desempenho do mercado de trabalho em relação ao mesmo período de 2023, os dados são mais otimistas. O número de pessoas empregadas aumentou em 2,4%, com a criação de 2,4 milhões de vagas. A população de desempregados caiu 12,5%, totalizando 7,5 milhões de pessoas sem trabalho no começo de 2024.

A taxa de desemprego, que agora está em 6,8%, é comparável ao índice registrado no mesmo período de 2014, conforme apontou a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy. “O aumento na ocupação e a queda no número de desempregados mostram que, ao longo do ano passado, o Brasil vivenciou uma recuperação importante no mercado de trabalho”, destacou.

Expectativas para o futuro do mercado de trabalho

No entanto, especialistas alertam para uma possível desaceleração no mercado de trabalho ao longo de 2024. Embora o início do ano tenha apresentado dados positivos, as perspectivas para os próximos meses são de uma menor geração de empregos. Essa desaceleração pode ser um reflexo dos efeitos da política monetária do Banco Central, com o aumento das taxas de juros, que tende a afetar a economia e o ritmo de criação de vagas.

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