Governo dos EUA tenta minimizar gravidade do compartilhamento de planos de guerra em grupo de aplicativo de mensagens


Segundo o jornalista Jeffrey Goldberg, o secretário de Defesa Pete Hegseth postou os planos detalhados da ofensiva americana contra rebeldes houthis, do Iêmen. Governo dos EUA tenta minimizar gravidade do compartilhamento de planos de guerra em grupo de aplicativo de mensagens
Reprodução/TV Globo
O governo de Donald Trump está tentando apagar um incêndio: o escândalo provocado pelo compartilhamento de planos americanos de guerra em um grupo de aplicativo de mensagens. E com um jornalista incluído por engano no grupo.
O Comitê de Inteligência do Senado tinha uma audiência marcada para discutir ameaças estrangeiras, mas mudou de foco depois que o jornalista Jeffrey Goldberg, da revista “Atlantic”, revelou na segunda-feira (25) que foi incluído por engano em um grupo de mensagens de autoridades do governo, entre elas, o vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Estado Marco Rubio.
Segundo o jornalista, no grupo de aplicativo, o secretário de Defesa Pete Hegseth postou os planos detalhados da ofensiva americana contra rebeldes houthis, do Iêmen. Ele enviou as informações duas horas antes dos ataques, no último dia 15.
Jornalista americano recebe informações sigilosas sobre a ação militar contra os houthis
Nesta terça-feira (25), os senadores democratas, da oposição, pressionaram autoridades do grupo e questionaram por que documentos confidenciais foram compartilhados em um aplicativo não oficial. O vice-presidente do comitê disse que se um oficial militar ou de inteligência fizesse isso, seria demitido.
A diretora de Inteligência Nacional negou que dados confidenciais tenham sido enviados. O senador, então, pediu que ela entregasse as informações ao comitê já que não eram secretas, mas a diretora não respondeu.
O diretor da CIA afirmou que a Casa Branca e a Agência de Segurança Cibernética aprovaram o uso do aplicativo, mas não para substituir as conversas do sistema de informações sigilosas.
Em declaração para a revista “Atlantic” divulgada na segunda-feira (24), o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional confirmou a autenticidade das mensagens no aplicativo. As autoridades americanas e o serviço de inteligência têm protocolos para tratar de assuntos ultra-secretos, como planos de guerra. Isto só pode acontecer em instalações de segurança máxima e dispositivos de comunicação autorizados.
O presidente Donald Trump disse que o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, aprendeu a lição. Segundo Jeffrey Goldberg, foi Waltz quem o incluiu no grupo. Trump disse que foi um funcionário do assessor e que o caso foi a única falha em dois meses de governo. Mais tarde, o presidente disse que não havia informação secreta nas conversas.
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