Publicitário é espancado por roubo em SP; polícia diz que ele é inocente

Um homem de 24 anos foi espancado no último sábado (22) enquanto voltava para casa na Avenida General Ataliba Leonel, no bairro Santana, zona norte de São Paulo. Imagens de uma câmera de segurança registraram as agressões.

A vítima foi identificada como o publicitário Yuri Cavalcanti Santana, à CNN ele contou voltar de uma festa quando foi abordado por um grupo de quatro pessoas. “Fui brutalmente espancado porque me confundiram com um bandido”, afirmou.

Segundo o boletim de ocorrência, antes das agressões, um veículo parou ao lado de Yuri e apontou um objeto, que ele acredita ser uma arma. Nesse momento, um homem no interior do veículo pediu que a vítima devolvesse um celular que teria furtado de uma mulher, identificada como Ellen Ribeiro Auada.

Em seguida, um grupo de quatro pessoas, dentre elas a mulher que teria tido o celular furtado, desce do automóvel e dá início às agressões.

Imagens de uma câmera de segurança da rua mostram o publicitário correndo dos agressores. Em um determinado momento, um homem de camisa branca e boné chutou as costas da vítima e a derrubou. Com o jovem caído, o homem desferiu socos na região da cabeça.

Segundos depois chega um segundo homem e o carro em que o grupo estava. Um terceiro homem, que estava no banco do motorista, desce e vai para cima de Yuri. Na sequência, Ellen sai do veículo e também vai confrontar a vítima, que continua no chão.

A mulher ainda acerta tapas e chutes na cabeça do jovem, enquanto outro suspeito também golpeia o rapaz com um chute. Em um dos momentos a vítima tenta se levantar, mas é derrubada pelos agressores.

O espancamento durou cerca de três minutos, até que moradores se aproximaram para socorrer Yuri. Ainda é possível ver que um dos agressores segue perto da vítima. Cerca de 4 minutos depois de paradas as agressões, uma viatura da Polícia Militar chegou ao local.

Em depoimento à polícia, Ellen Auada disse que teve o celular furtado e a localização apontava que o aparelho estava no local onde estava o publicitário. A mulher ainda negou ter agredido o rapaz. Segundo a polícia, as versões apresentadas por ela foram “desconexas”.

Um dos homens que aparece no vídeo agredindo o jovem foi identificado como Felipe dos Santos Antonio. À polícia ele afirmou que trabalha como segurança de um bar e teria sido acionado por uma cliente, que seria a mulher identificada como Ellen, por conta de um furto de telefone.

Ainda segundo o homem, ao seguir a localização dada por Ellen, a única pessoa na Avenida General Ataliba Leonel, próximo ao bar, era Yuri.

Felipe negou ter usado uma arma para falar com o jovem, e contou que somente o questionou sobre o furto. O segurança afirmou que o publicitário pensou que era um assalto e correu.

De acordo com ele, um homem chamado Mateus, que trabalha como vendedor ambulante na entrada dos bares da região, foi quem iniciou as agressões ao ver Yuri correndo. A polícia ainda não identificou o terceiro homem que aparece nas imagens.

O boletim de ocorrência confirmou que após o espancamento, os homens notaram que o jovem não havia furtado nenhum aparelho celular.

Após ser levado a delegacia, o jovem foi socorrido e encaminhado ao Hospital San Paolo (HSANP), onde foram constatadas “múltiplas lesões traumáticas” no rosto. “Paciente apresenta edema na região nasal e hematomas na área do crânio”, apontou um boletim médico.

“Pensei que eu morreria”

Em entrevista à CNN, Yuri contou sobre os momentos de pânico. “Foi assustador. Pensei que eu morreria”, disse. “É frustrante ver as pessoas que fizeram isso saindo da porta da delegacia como se nada. Estou aliviado por nada pior ter acontecido, mas o peso do que vivi ainda me assombra”, desabafou o publicitário.

O publicitário afirmou que teve “certeza” que ia morrer. “Nunca tive uma sensação tão real, tão definitiva. Meu coração disparou, minha mente congelou, e o mundo à minha volta pareceu parar”.

Durante a conversa, Yuri disse viver em um “pesadelo incessante”. “Revivo cada segundo, cada detalhe, e quando penso nisso, tudo que consigo fazer é chorar. Chorar pelo medo, pela impotência, pela brutalidade de um momento que não deveria ter existido”, relatou.

“Espero que a justiça seja feita. Me sinto grato por estar vivo. E desejo, do fundo da minha alma, que ninguém jamais passe pelo que eu passei”, afirmou Yuri.

A CNN não localizou a defesa de Ellen Ribeiro Auada, Felipe dos Santos Antônio e do homem identificado como Mateus até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Publicitário é espancado por roubo em SP; polícia diz que ele é inocente no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.