Diástase abdominal: entenda em 10 pontos a condição que faz a barriga das mulheres aumentar


Problema é mais comum no período pós-gestacional, mas é agravado ao longo dos anos das mulheres. Cirurgião plástico diz quando é recomendada a intervenção cirúrgica e fisioterapeuta explica que a diástase é um processo natural e que em muitos casos pode ser corrigida com exercícios. Paciente brasileira de 42 anos, com diástase abdominal, 2 anos e 2 meses após o parto do segundo filho
Arquivo Pessoal
Quando se fala em diástase abdominal – a separação dos músculos retos abdominais – a maioria das pessoas associa o problema às mulheres no pós-parto. E de fato ele é comum neste grupo, atingindo cerca de 33% das mulheres um ano depois do parto.
Mas estudos internacionais recentes apontam que o percentual passa para 40% em mulheres na faixa dos 50 anos e para 52% na pós-menopausa.
A diástase abdominal pode ocorrer nas mulheres, nos homens e em crianças. A barriga fica projetada para frente – tanto para baixo quanto para cima da região umbilical – e há um abaulamento mais predominante acima do umbigo. Muitas mulheres que sofrem de diástase dizem que, mesmo anos após a gestação, continuam com a aparência de grávida.
Fortalecer a musculatura é sempre bom, mas não é garantia de que a paciente não terá o problema, que tem a ver também com a constituição do indivíduo, especialmente com as fibras elásticas.
A fisioterapia pode ajudar a corrigir os casos mais brandos, apesar de não haver comprovação científica. Mas tanto médicos quanto fisioterapeutas são unânimes ao afirmar que a fisioterapia também ajuda no pré-operatório e no pós-cirúrgico, com melhores resultados.
A cirurgia de correção, que pode ter cobertura pelos planos de saúde, é recomendada para mulheres que não pretendem mais ter filhos.
🥼 O cirurgião Charles Goldenberg, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que o termo diástase dos retos abdominais se refere ao afastamento de dois músculos que compõem uma série de elementos musculares da parede abdominal.
A fisioterapeuta Lívia Piccirillo, do Ambulatório de Oncologia do Hospital Municipal Vila Santa Catarina, unidade pública administrada pelo Einstein, esclarece que a diástase ocorre na gestação e é fisiológica, mas tende a regredir no pós-parto. Ela acrescenta que considera uma diástase patológica quando o afastamento do músculo reto abdominal tem mais de três centímetros.
O g1 fez um raio-x do problema, após entrevistas com cirurgião plástico, fisioterapeuta e pacientes que fizeram a cirurgia de correção da diástase e também o tratamento com fisioterapia.
Abaixo, nesta reportagem, entenda os seguintes pontos:
Quais são as causas da diástase?
Parto normal aumenta a chance?
Usar cinta ajuda a evitar o problema?
Por que algumas mulheres têm diástase e outras não? Fortalecimento muscular previne a diástase?
Fisioterapia pode corrigir a diástase?
Quais são os sintomas e a relação com as hérnias?
Como é a cirurgia para corrigir a diástase?
Quais exercícios podem piorar a diástase?
Incontingência urinária tem a ver com a diástase?
Como ter certeza se o profissional é capacitado para corrigir o problema?
Entenda como ocorre a diástase
g1
1 – Quais são as causas da diástase?
Estudos apontam que não há consenso sobre os fatores de risco, mas sucessivas gestações, aumento do índice de Massa Corporal (IMC) e diabetes são os mais plausíveis. Nas mulheres, o mais comum é a diástase surgir no período pós-gestacional – quando ocorre um ganho muito grande de peso, seguido de uma perda excessiva de peso. Mas esse ganho e perda em excesso também pode ocorrer nos homens.
“Quando o bebê nasce, por exemplo, tem uma situação de uma perda rápida do conteúdo abdominal e aqueles músculos voltam ou vão voltando para sua posição original. É muito comum este tecido que reveste os músculos e é pouco elástico não voltar totalmente”, explica Goldenberg.
Paciente com diástase abdominal, de 24 anos, e cinco anos após um único parto
Imagens de arquivo pessoal cedidas
2 – Parto normal aumenta a chance?
🫄Durante todo o período gestacional, existe um aumento da quantidade de água nos tecidos, cujo objetivo principal é torná-los mais maleáveis, exatamente para suportar o crescimento do bebê, segundo Goldenberg. O médico explica que existe uma relação um pouco maior da presença da diástase no pós-parto normal porque a maioria dos partos normais ocorre de fato no final dos períodos gestacionais, em torno da quadragésima semana. “Alguns estudos falam da força feita, mas isso é muito discutível”, acrescenta o cirurgião.
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3 – Usar cinta ajuda a evitar o problema?
O uso ou não de cinta no pós-parto divide opiniões. A comunidade médica costuma defender o uso delas para que a paciente evite fazer muita força em um momento de fraqueza muscular. Já os fisioterapeutas costumam condenar o uso das cintas justamente por acreditarem que é sem esses acessórios que as mulheres conseguem voltar a fortalecer a musculatura e recuperar a força na região.
Em vez da cinta compressiva, a fisioterapeuta Lívia orienta o uso das calcinhas pós-parto. Segundo a profissional, elas oferecem uma compressão que não traz malefícios para a musculatura abdominal.
4 – Por que algumas mulheres têm diástase e outras não? Fortalecimento muscular previne a diástase?
De acordo com o Goldenberg, a chance ou não de ter diástase abdominal está muito mais relacionada com a resistência das camadas não musculares da parede abdominal. Ele explica que fortalecer a musculatura é sempre bom, mas não é garantia de que a mulher não terá o problema.
“É lógico que um indivíduo que tem um peso adequado, que faz atividade física com frequência, que se cuidou mais da gestação pode ter uma incidência menor de diástase. Mas a pele nem sempre volta para a posição original”, explica o cirurgião.
5 – Quais são os sintomas e a relação com as hérnias?
A diástase pode levar a uma perda de estabilização, lombalgia (dor nas costas) – por uma má postura causada pelo problema – flacidez e diminuição da força muscular abdominal – que pode influenciar no funcionamento intestinal. Além disso, pacientes com grandes diástases têm mais chances de ter hérnias da parede abdominal, de acordo com o Goldenberg. E pessoas que já têm hérnia podem ter a hérnia aumentada com a diástase.
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6 – Fisioterapia pode corrigir a diástase?
Em alguns casos, a diástase abdominal pode ser corrigida com fisioterapia, apesar de não haver comprovação científica, de acordo com a fisioterapeuta Lívia Piccirillo. Como em alguns casos a diástase é corrigida naturalmente – geralmente após as primeiras seis semanas pós-parto – a fisioterapia pode auxiliar neste processo.
Mas mesmo em casos em que a paciente é submetida à cirurgia, a fisioterapia antes, durante e depois do procedimento é determinante para um pós-operatório mais satisfatório. E as queixas de dor lombar e de postura também melhoram bastante com a fisioterapia no pós-operatório.
“Se a paciente só com fisioterapia melhorou, é porque ela não precisava operar. Nos casos limítrofes, em que a cirurgia tem indicação, mas a diástase não é muito grande e a quantidade de pele não é muito grande, às vezes o paciente opta por não operar e fazer atividade física, fisioterapia e perder um pouco de peso. Assim, talvez ele consiga atingir os seus objetivos de melhora estética, mas isso vale para aqueles casos que estão no limite entre indicação de cirurgia ou não. Um caso francamente cirúrgico não vai se resolver apenas com tratamentos não cirúrgicos”, diz o cirurgião.
🥼A fisioterapeuta Lívia explica que a fisioterapia tem um papel importante e fundamental no tratamento da diástase. O principal objetivo da fisioterapia é trabalhar com a função muscular e trazer funcionalidade para a musculatura:
“O enfoque principal da fisioterapia é trabalhar com a musculatura do transverso abdominal, um músculo profundo e responsável por promover a estabilidade postural. A contração da musculatura do transverso vai fazer com que ocorra uma aproximação dos feixes musculares, diminuindo assim essa diástase”, diz Lívia.
Lívia afirma que o fato de ser mulher já é um fator de risco para ter disfunções do assoalho pélvico, por exemplo. A gestação é um fator que agrava, independente da via de parto, seja ela normal ou cesárea. Por isso, é importante a mulher fazer um trabalho preventivo.
“Muitas vezes, com a fisioterapia, a cirurgia acaba não sendo necessária e a gente precisa saber também que nós temos sim uma diástase fisiológica. Nossos músculos não são grudadinhos. A gente precisa desse espaço. Então, muitas vezes a diástase precisa ser funcional”, destaca a fisioterapeuta.
A experiência de quem teve bons resultados com a fisioterapia
A jornalista carioca Domenica Sarcovas estava certa de que o único caminho para correção de sua diástase seria cirúrgico e chegou a ouvir de um cirurgião plástico que essa seria a melhor solução para ela, que passou por dois partos. Mas Domenica ficou muito satisfeita com o resultado da fisioterapia. Ela chegou a fazer uma ultrassonografia antes, que apontou uma diástase de cinco centímetros, mas não a repetiu depois da fisioterapia, pois considerou os resultados visíveis.
Domenica conta que foram oito semanas de tratamento, que até sua postura melhorou e ela passou também a obter excelentes resultados na corrida, sua atividade física preferida.
“Eu entendi desde o início que, para dar certo, o trabalho deveria ser em conjunto. Eu teria que não só comparecer às sessões de fisioterapia, como também fazer os ‘deveres de casa’. Eu fazia uma sessão presencial, onde fazíamos exercícios respiratórios, exercícios físicos e ambos combinados com algumas tecnologias. Eu tinha que fazer alguns exercícios durante o dia, que podiam ser ao acordar, dirigindo ou sentada na mesa de trabalho”, lembra.
O g1 conversou também com pacientes que tiveram bons resultados após exercícios conduzidos por educadores físicos, de até 20 minutos por dia, que também trabalham o transverso abdominal.
7 – Quais exercícios podem piorar a diástase?
🚫 Movimentos que geram flexão de tronco e elevação da perna aumentam a diástase e são contraindicados. A fisioterapeuta Lívia explica que a mulher gestante é contraindicada, por exemplo, a fazer exercícios de abdominal convencional, que são os flexores de tronco, flexores de quadril e de membros inferiores, porque essa contração aumenta a diástase. Ao levantar-se da cama, a mulher precisa virar de lado primeiro, colocar os pés para fora da cama e, com os braços, se lentar, o que também diminui o esforço.
Sobre os vídeos online que prometem ensinar como corrigir a diástase, a fisioterapeuta afirma que é muito complicado se basear em tutoriais de 30 segundos na internet. Ela reconhece que é possível adquirir informações boas nestes vídeos, mas é preciso fazer isso com precaução:
“Não falta acesso à informação, mas a gente precisa ver em qual fonte a gente está pegando essa informação. Porque a avaliação é individual. O nosso corpo não é perfeito, não é simétrico. É difícil você pegar um bom corpo sem nenhum tipo de disfunção”.
Especialista explica como tratar da diástase abdominal após gestação
8 – Como é a cirurgia para corrigir a diástase?
🥼 🔎 O exame clínico em consultório permite a avaliação da existência ou não da diástase e a ultrassonografia da parede abdominal mostra o tamanho dela, além de problemas como as hérnias. A diástase e as hérnias também podem ser identificadas com tomografias e ressonâncias magnéticas.
No pré-operatório da correção da diástase, os exames fundamentais são a ultrassonografia da parede abdominal e do abdômen, para a avaliação em conjunto com outros possíveis problemas, como cálculos na vesícula biliar, mioma e cistos, por exemplo.
A abdominoplastia é nome genérico para qualquer tipo de plástica abdominal e ela pode incluir a correção de diástase, a retirada de pele (dermolipectomia) e retirada de gordura (lipoaspiração). Em geral, essa cirurgia combinada dura cerca de cinco a seis horas.
⚠️ Antes de uma mulher pensar em operar, é importante que ela já tenha definido o seu planejamento familiar. Para uma paciente que pretende ter mais filhos, a recomendação dos médicos é que ela deixe a cirurgia para depois do último filho, destaca o Dr. Charles:
“Se ela fizer a correção da diástase e engravidar, ela vai perder o resultado, porque tudo vai se esticar de novo. Existem situações de mulheres que operaram e não queriam ter mais filhos e que engravidaram. E existem estudos que mostram que o risco para o bebê é muito baixo de alguma coisa acontecer em função disso. Mas eles são todos concordantes de que o resultado do tratamento cirúrgico é colocado em risco. Há casos de mulheres que operam duas vezes, mas não é o mais comum. É uma cirurgia para ser feita apenas uma vez, do ponto de vista de planejamento”.
📋 O cirurgião acrescenta que, quando é comprovada a necessidade da correção cirúrgica – dentro um conceito de uma determinada distância mínima entre os retos abdominais e por haver uma série de estudos que mostrem que pode comprometer questões funcionais – o procedimento pode ter cobertura pelos planos de saúde. Porém, os outros componentes da abdominoplastia completa – redução de gordura e retirada de pele – não são cobertos pelo plano.
O Dr. Charles pondera que é uma minoria de pacientes que precisa unicamente da correção da diástase. Mas quando uma paciente faz uma cirurgia bariátrica e há uma indicação de retirada de excedente de pele, a retirada deste excedente e a correção da diástase podem ser autorizadas pelos planos.
A correção da diástase se faz por meio de suturas de pontos que são passados na parte anterior, à frente da camada de tecido que envolve os músculos retos, e esses pontos vão aproximar um músculo do outro da linha média. Isso se faz normalmente por uma incisão baixa – na posição da cicatriz da cesariana ou sobre a cicatriz que a paciente já tem – e pode ser aumentada para os lados quando é necessário se retirar mais pele. Por essa via, cria-se um espaço que vai tratar a diástase de reto e depois vai ser importante na técnica de retirada desse excedente de pele.
Quanto maior a quantidade de pele precisar ser retirada, maior será a cicatriz. E essa cicatriz costuma ficar numa posição onde pode ser escondida por roupas íntimas ou de banho por exemplo.
Quando o paciente tem somente a diástase – algo raro – existem técnicas que se podem ser realizadas com o auxílio de métodos de vídeo assistidos, como uma videolaparoscopia – com ou sem o auxílio de técnicas de robóticas – para aproximar a musculatura por dentro da cavidade abdominal. Porém, o Dr. Charles explica que esta indicação é bastante específica.
“A maioria das vezes em que há indicação de abdominoplastia, ela é muito clara e o ganho para o paciente é tão grande que vale a pena a cicatriz, em benefício de um grande implemento no contorno corporal”, afirma o médico.
É preciso perder peso antes da cirurgia?
Se a paciente quiser perder peso, o ideal é que ela o faça antes da cirurgia para ter um melhor resultado. Se ela precisar perder até cinco quilos, o impacto sobre o resultado é muito pequeno, mas se ela precisar perder mais, vale esperar ela chegar mais perto do peso desejado, segundo o Dr. Charles. Além disso, em pacientes com sobrepeso, os riscos envolvidos também precisam ser considerados.
Um paciente com sobrepeso tem mais riscos pós-operatórios, relacionados à parte de trombose venosa, a questões respiratórias, infecciosas e assim por diante. Então, o ideal é realizar o procedimento quando o paciente já está próximo do seu peso ideal ou do seu objetivo ideal.
“Se a paciente está muito acima do peso, ela vai ter um limite do que pode ser removido de gordura. Você vai remover uma quantidade e ela continuará ainda com muito tecido gorduroso e o resultado não vai ser tão bom. Se ela estiver mais magra, você vai otimizar o resultado com a mesma quantidade que retirou de gordura. Se a paciente emagrecer e você tirar um pouco mais de pele, o contorno vai ficar melhor”, explica o Dr. Charles.
Como é o pós-operatório?
Muitas mulheres acabam adiando a cirurgia de diástase por terem filhos pequenos e precisarem pegar peso no dia a dia. De fato, os médicos afirmam que o paciente precisa reservar um tempo para que a recuperação seja adequada.
Depois da cirurgia, recomenda-se que a paciente não fique totalmente na horizontal, mas ela também não precisa ficar totalmente curvada. Isso depende da quantidade de pele abdominal retirada. O ideal é assumir uma posição com o dorso elevado e o joelho flexionado – posição de Fowler. Essa posição pode ser obtida com travesseiros e não necessariamente uma cama hospitalar. Ao levantar-se, é recomendado um auxílio de apoio nas costas nos primeiros dias.
De 7 a 10 dias após o procedimento, é necessário um repouso relativo, com auxílio para fazer esforços com o abdômen. Mas imediatamente após a cirurgia, o paciente pode andar, se movimentar, abaixar e tomar banho.
Duas semanas após a cirurgia, em geral, o paciente é liberado para voltar às atividades profissionais, dirigir e se vestir normalmente. O uso de faixa elástica de compressão abdominal precisa ser mantido por cerca de dois meses.
Com cerca de quatro semanas depois da cirurgia, a paciente volta a fazer atividades físicas leves, que não forcem o abdômen.
Dois meses depois da cirurgia, em geral, o paciente é liberado para retomar por completo o seu dia a dia.
A experiência de quem passou pela cirurgia
A advogada carioca Deborah Daher operou aos 41 anos, após duas gestações, e diz que seu pós-operatório foi relativamente tranquilo. Ela fez o que chamam de o Mommy Makeover (combinação de abdominoplastia – correção da diástase, lipoaspiração e retirada de pele – e mastopexia – para corrigir a flacidez e queda das mamas). “A primeira semana foi a mais difícil, pois sentia a pressão bem baixa e me sentia ‘aérea’. Cheguei a ter um desmaio durante o banho, mas em momento algum senti dor”, conta.
A ausência de dor pode ter relação com o planejamento e cuidado especial de Déborah. Ela teve ajuda de uma enfermeira nas primeiras 24 horas e nos dias subsequentes ficou na casa de seus pais para ter um suporte com os filhos, que na época tinham 2 e 5 anos. Durante as duas primeiras semanas, uma enfermeira a visitava para trocar os curativos, dar notícias para a médica e auxiliar no banho. Nos dias que a profissional não estava, ela contava com a ajuda dos pais e do marido. Nos primeiros dias, ela precisou se manter curvada, inclusive à noite.
“Como eu já tinha lido muitos relatos sobre dor nas costas, tive a ideia de alugar por um mês uma cama hospitalar, o que fez toda a diferença. Não senti dores e consegui dormir de forma confortável durante esse período”, lembra a advogada.
Deborah diz que ficou muito satisfeita com o resultado, mas destaca que a cirurgia é algo que deve ser muito pensado antes de ser feito. A paciente não pode ter pressa e precisa escolher um profissional sério e confiável. Ela também recomenda operar em hospital de grande porte e se preparar fisicamente e financeiramente – tanto para a cirurgia quanto para os gastos no pós-operatório, com remédios, drenagens, laser e pomadas para o tratamento das cicatrizes. Se houver alguma complicação, esses gastos podem aumentar consideravelmente.
A advogada sentia medo por ser uma cirurgia de grande porte e muito invasiva. Ela tentou fazer fisioterapia, perdeu peso e malhou, mas continuou incomodada. Pesquisou bastante sobre a cirurgia, cirurgiões e chegou a ir em quatro consultas até ter segurança e decidir com quem gostaria de operar. A questão da cicatriz também foi muito bem pensada:
“Foi um processo de convencimento e aceitação de que era melhor ter uma cicatriz grande escondida, do que continuar sentindo um incômodo com a minha barriga. A maternidade muda nossa vida. É natural que em algum momento a mulher sinta falta da pessoa que costumava ser antes dos filhos e a cirurgia me ajudou a me reconectar comigo mesma”, conta.
Déborah destaca ainda que é importante estar consciente de que a cirurgia não faz milagres e a mulher deve entender que um estilo de vida saudável, com boa alimentação e exercícios físicos, é essencial para a manutenção do resultado.
9 – Incontingência urinária tem a ver com a diástase?
A incontingência urinária não tem relação direta com a diástase, mas sim com o funcionamento da região pélvica. Para este problema específico, a fisioterapia pélvica costuma fazer parte do tratamento. O problema tem mais relação com a posição da bexiga em relação à uretra e às mudanças de angulação que podem ocorrer no período pós-gestacional.
10 – Como ter certeza se o profissional é capacitado para corrigir o problema?
⚠️ No caso do cirurgião plástico, é importante checar se o profissional faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Todo membro dela deve, obrigatoriamente, ser encontrado nesta plataforma do site oficial.
Outra forma é acessar o site dos conselhos regionais de medicina. Todo médico especialista deve requerer e divulgar o seu RQE, Registro de Qualificação de Especialidade, junto aos CRMs.
No caso do fisioterapeuta, o paciente precisa conferir se ele tem a Declaração de Regularidade de Funcionamento, um documento expedido anualmente pelo CREFITO, que confere a legitimidade para o exercício da fisioterapia ou da terapia ocupacional no estabelecimento.
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