Como agentes de IA funcionam e podem ajudar na sua rotina?

Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem se tornado cada vez mais presente na rotina das pessoas. Agora, um novo segmento desse tipo de tecnologia tem ganhado destaque: os agentes de IA.

Esse tipo de ferramenta faz parte de um conceito chamado IA agêntica, que se refere a uma inteligência artificial com características de agência. Em outras palavras, trata-se de uma tecnologia com capacidade de agir de forma autônoma na tomada de decisões e na realização de tarefas, com base em objetivos e regras estabelecidas.

“Diferente da IA tradicional, que analisa dados e responde a comandos específicos, os agentes de IA agêntica atuam de forma proativa, antecipando necessidades e ajustando seu comportamento dinamicamente”, explica Mozart Marin, engenheiro de dados, IA e software e professor na It Valley International School, no Canadá, à CNN.

Na prática, os agentes de IA podem ajudar a melhorar a eficiência do dia a dia ao automatizar tarefas. De acordo com Marin, algumas das aplicações incluem:

  • Organização e produtividade, com geração de resumos e organização de compromissos;
  • Atendimento automatizado, para agilizar o suporte ao cliente;
  • Automação de processos, como classificação de e-mails e integração de calendários;
  • Entretenimento personalizado, com recomendação de conteúdos com base nos hábitos de consumo em serviços de streaming.

Quais são os exemplos de agentes de IA?

Um exemplo de IA agêntica são os robo-advisors, como o da Wealthfront, empresa de serviços financeiros, que analisam o perfil do investidor e ajustam automaticamente a carteira de investimentos com base nas mudanças do mercado, sem a necessidade de intervenção do usuário.

Outro exemplo mais recente é o Browser Operator, um agente de IA lançado pela Opera no início deste mês, capaz de realizar tarefas de navegação. A tecnologia de inteligência artificial agêntica permite a automação de tarefas sem a necessidade de comandos manuais.

A ferramenta permite que as pessoas expliquem ao navegador o que ele precisa fazer em linguagem natural, e o próprio se encarrega de realizar as tarefas para elas. É possível, por exemplo, pedir para ele comprar um “pacote de 10 pares de meias brancas da Nike, tamanho 12”. O Browser Operator, então, realizará essa tarefa, o que economizará o tempo do internauta.

“Há muitas novas soluções baseadas em IA surgindo nos navegadores, inclusive no modo como elas interagem como agentes. Especificamente, nossa abordagem não dependerá de capturas de tela ou gravações em vídeo da sessão de navegação para entender o que está acontecendo – e também não é uma versão do navegador rodando na nuvem com suas credenciais de usuário”, explica Jan Standal, SVP da Opera, à CNN.

Além disso, os assistentes virtuais e chatbots, como o ChatGPT, Google Assistant, Siri e Alexa, são outros exemplos de agentes de IA. O Microsoft Copilot, integrado ao Windows e ao Office, que auxilia na criação de documentos, e-mails e planilhas, também é outro.

O Google Duplex é um assistente de IA que conduz conversas naturais para executar tarefas do “mundo real” pelo telefone, como pedir uma refeição por delivery ou fazer uma reserva em um restaurante, por exemplo. Para isso, a tecnologia utiliza processamento de linguagem natural (PLN) para imitar a fala humana nas chamadas telefônicas.

Indo mais além, o Tesla Autopilot é um carro autônomo que possui sistema de direção assistida baseado em IA.

De que forma os agentes de IA podem transformar como interagimos com a tecnologia?

Para Marin, os agentes de IA estão tornando a tecnologia mais fluida, personalizada e intuitiva. “A interação não se limita mais a menus e comandos manuais, pois os usuários agora podem utilizar voz, texto e gestos”, afirma.

Na visão do especialista, isso pode gerar mudanças como antecipação de necessidades, de acordo com os padrões de comportamentos do usuário, melhoria na acessibilidade (como nos assistentes de voz e leitura automatizada), integração entre dispositivos (casas inteligentes, wearables e carros conectados) e experimentas imersivas.

Por outro lado, isso exige um maior cuidado com a privacidade e segurança. “Muitos agentes captam e processam dados pessoais, tornando essencial a adoção de criptografia e políticas de transparência”, considera Marin. Além disso, é importante que os algoritmos sejam devidamente treinados para não reproduzirem preconceitos.

“A solução para esses desafios está no desenvolvimento ético da IA, com regulamentação, auditoria de algoritmos e maior transparência no uso de dados”, afirma.

No Brasil, o Senado Federal aprovou a regulamentação das IAs no fim de 2024, mas seguiu para aprovação na Câmara dos Deputados. O texto propõe estabelecer regras para proteger a população contra possíveis falhas e garantir direitos aos artistas, que ainda não possuem respaldo legal sobre o uso de suas obras.

Brasil está entre os países que mais usam inteligência artificial

Este conteúdo foi originalmente publicado em Como agentes de IA funcionam e podem ajudar na sua rotina? no site CNN Brasil.

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