Outono terá noites mais frescas, menos chuvas e chance de frentes frias no interior de SP, diz especialista


O g1 conversou com o professor da UFSCar e agrometeorologista Daniel Nassif sobre a nova estação do ano, que começa nesta quinta-feira (20). Outono começa no dia 20 de março e temperaturas devem ficar mais baixas no interior de SP
Fabrício Rocha/g1
O outono começa oficialmente nesta quinta-feira (20), trazendo a transição entre o calor do verão e as temperaturas mais amenas antes do inverno. Segundo o professor da UFScar e agrometeorologista Daniel Nassif, a mudança de estação manterá o calor nos próximos dias em várias regiões do interior de São Paulo, mas trará noites mais frescas.
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De acordo com Nassif, o volume de chuvas deve começar a diminuir gradativamente, com chances de pancadas isoladas até meados de abril. “Além disso, no início do outono, os dias ainda devem ser quentes, bem parecidos com os do verão, mas as noites começam a ficar mais frescas”, observa.
“Podemos ter dias bastante quentes para o outono, mas não como os extremos que vimos durante as ondas de calor no verão, quando os termômetros chegaram perto dos 40°C em cidades como São José do Rio Preto”, afirma o especialista.
❄ Frentes frias a partir de abril
A partir de abril, está prevista a chegada das frentes frias, que podem derrubar as temperaturas.
“No início do outono, já podemos ter a entrada da primeira frente fria, com uma queda de até 10°C nas temperaturas em comparação ao verão. Mais para o fim da estação, essas frentes podem ser mais intensas, derrubando ainda mais os termômetros e deixando os dias bem gelados”, diz Daniel.
Nas regiões de Sorocaba (SP) e Itapetininga (SP), a expectativa é que as temperaturas também fiquem mais baixas à medida que o outono avança. “Existe uma chance, ainda que pequena, de frio intenso na região de Itapetininga”, alerta.
☔ Menos chuvas, mas ainda sob risco de temporais
O outono também marca o início do período mais seco do ano. Segundo Nassif, o volume de chuvas nas regiões de Sorocaba, Itapetininga, Bauru (SP) e São José do Rio Preto (SP) deve ser entre 100 e 200 milímetros durante a estação.
“Itapetininga e Sorocaba devem ter mais precipitações por conta da entrada das frentes frias, enquanto Bauru e Rio Preto, por estarem em áreas mais quentes, devem registrar menos chuvas”, explica.
O professor ainda alerta sobre a possibilidade de temporais, principalmente entre os meses de março e abril. “Podemos ter eventos extremos, como granizo e ventanias, nas próximas semanas, devido ao calor ainda presente. Mas, a partir de maio, as chuvas ficam mais fracas e espaçadas”, completa.
Diferente dos meses anteriores, o outono de 2025 deve ser uma estação neutra, sem influência dos fenômenos El Niño ou La Niña. “Sem esses fenômenos, esperamos um comportamento mais típico da estação, com dias ficando cada vez mais frios e secos”, explica.
Segundo especialista, o outono é considerado uma estação de transição, com características do verão e do inverno
Eduardo Ribeiro/g1
🌌 Ar mais seco aumenta os problemas respiratórios
O agrometeorologista alerta que, com a redução das chuvas e a chegada do ar mais seco, a população deve se atentar aos problemas respiratórios.
“As tardes ficam mais secas e as noites mais geladas, o que contribui para o aumento de doenças respiratórias. Além disso, a maior presença de poeira e poluição no ar agrava a situação”, continua o meteorologista.
Além disso, Nassif alerta para os riscos de queimadas, o que piora ainda mais a qualidade do ar. O especialista lembra que é importante evitar o uso de fogo para a limpeza de terrenos.
🌅 Mistura de verão e inverno
Vista do inverno em Itapetininga (SP)
Carla Monteiro/g1
O outono é considerado uma estação de transição, com características tanto do verão quanto do inverno.
“É comum vermos, em uma mesma semana, dias mais quentes, com pancadas de chuva, e, depois, a chegada de uma frente fria com massa polar, que derruba as temperaturas. O outono é exatamente essa mistura das duas estações”, diz.
Além disso, uma outra característica do outono é o fenômeno da queda das folhas de muitas árvores, já que elas entram em dormência para se prepararem para o inverno. Outro destaque é o equinócio, quando o dia e a noite têm a mesma duração.
“No primeiro dia do outono, o planeta inteiro tem 12 horas de dia e 12 horas de noite. A partir daí, os dias vão ficando cada vez mais curtos até o início do inverno, quando acontece a noite mais longa do ano”, explica.
*Colaborou sob supervisão de Eric Mantuan
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