Ao forçar uma disputa pelo Governo João Rodrigues mais atrapalha que ajuda a direita de SC

O prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ao lançar nesta semana uma pré-candidatura a governador, antecipa o pleito de 2026 em um ano e meio. João busca a todo custo impor uma candidatura a governador do Estado em 2026. Agindo assim, presta um desserviço à direita catarinense e vou explicar o porquê.

Santa Catarina já tem um governador de direita e alinhado ao ex-presidente Bolsonaro, que é Jorginho Mello, do PL. Um governador que vem fazendo um bom governo e vai à reeleição ano que vem para mais um mandato. Ou seja, um espaço que já está ocupado pela direita. Qual o objetivo do prefeito de Chapecó: dividir a direita e fortalecer assim candidaturas de esquerda e outras vertentes políticas?

É claro que é justo que João queira ser governador. O prefeito é uma figura política prospera e chegará sua hora. É igualmente justo que seu partido, o PSD, do líder maior Gilberto Kassab, pleiteie essa vaga. Mas, em política existem fila e momento político. Seria muito mais elegante a Rodrigues e ao PSD estar em uma aliança com o PL e Jorginho Mello garantindo um projeto de poder da direita mais longínquo e duradouro.

A missão maior para o João

Todo mundo que acompanha o cenário nacional sabe que o bolsonarismo tem como principal meta em 2026 fazer maioria no Senado, que é onde é possível estabelecer os chamados “freios e contrapesos” ao STF, especialmente com a possibilidade de cassação de juízes que extrapolarem suas funções. Bolsonaro já deixou claro que essa é a meta.

Seria bem mais adequado João Rodrigues abraçar essa missão, num projeto ao lado do PL catarinense. Com sua experiência João poderia em muito contribuir à direita nacional no Senado. Naturalmente que com João lá em Brasília, seria, a partir da reeleição de Jorginho, a fila natural tê-lo governador em 2030. Ou seja, esse baralho precisa ser melhor embaralhado. Fica a reflexão!

PSD e o governo Lula

Nessa caminhada para tornar-se candidato a governador, João Rodrigues tem no PSD, seu partido, um suporte e um entrave. Ao mesmo tempo em que conta com a sigla para dar-lhe sustentação, também é refém de um partido que atualmente é base do governo Lula.

A pré-candidatura do prefeito de Chapecó está atrelada a do governador do Paraná, Ratinho Jr. ou de outro nome que possa surgir à Presidência da República. Porém, não dá pra descartar a possibilidade de o partido continuar na base de Lula, afinal de contas, conta com três ministérios atualmente, com possibilidade de ampliar essa participação na reforma ministerial que se aproxima.

O PSD é um partido atualmente muito parecido com o MDB. Tornou-se gigante, com extensão nacional. Assim como tem a ala sulista mais ligada à direita, tem o PSD do restante do Brasil que conversa e senta-se à mesa com a esquerda e essa vertente é maioria.

Seu dono, Gilberto Kassab, é pragmático. Não vai pensar duas vezes em seguir governista caso a popularidade de Lula melhore e Bolsonaro siga inelegível. Do contrário, lança uma candidatura pra cumprir tabela. Se decolar, beleza, se não decolar, acerta com o líder das pesquisas no segundo turno. É desse cenário que João Rodrigues é refém.

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