Comissão do Senado aprova PL do Combustível do Futuro

A Comissão de Infraestrutura (CI) aprovou nesta terça-feira (3) o projeto que estabelece o incentivo ao diesel verde, ao combustível sustentável de aviação, além do aumento da mistura de etanol à gasolina. Agora, o texto deve ser enviado para a análise do plenário.

A proposta, enviada pelo governo, é conhecida como “combustíveis do futuro”. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em março. Se for chancelado no plenário, deverá retornar para a análise dos deputados por ter tido alterações.

Na comissão, o relator foi o vice-presidente do Senado, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que incluiu mudanças no texto.

O projeto estabelece novo percentual de mistura de etanol na gasolina de 27%. Emenda incluída pelo relator permite que o Poder Executivo reduza para até 22% ou aumente para até 35% “desde que constatada a sua viabilidade técnica”. Hoje, a mistura pode chegar a 27,5%, com um mínimo de 18% de etanol.

Em relação ao biodiesel, o percentual de mistura ao diesel de origem fóssil será de 15% a partir de março de 2025 e chegará a 20% em março de 2030.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deverá avaliar a viabilidade das metas de aumento da mistura, podendo reduzir ou aumentar esse percentual entre os limites de 13% e 25%.

Para a adoção de percentual obrigatório superior a 15%, será preciso constatar a viabilidade técnica “assegurada a participação de interessados no processo”.

O projeto de lei também cria o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação, o ProBioQAV, para incentivo à descarbonização do setor aéreo.

Pelo texto, os operadores aéreos serão obrigados a reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos por meio do uso de combustível sustentável de aviação a partir de 2017, começando com 1% de redução até chegar de forma gradual a 10% em janeiro de 2037.

Outra medida inserida é o incentivo ao uso de matérias-primas produzidas pela agricultura familiar na produção dos biocombustíveis.

Gás natural

Entre as mudanças sugeridas no parecer, está a definição de que a meta anual do CNPE para a redução de gases de efeito estufa no mercado de gás natural deverá ser considerada a média a cada dez anos da oferta oriunda de produção nacional e da importação.

A meta será cumprida por meio da participação do biometano no consumo do gás natural. Se não for cumprida, o agente que produza ou importe gás natural estará sujeito à multa que poderá variar entre R$ 100 mil e R$ 50 milhões.

Uma emenda incluída por Veneziano permitiu que a multa seja convertida em depósito no Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), administrado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Captura de CO₂

O relator também ampliou as regras sobre a captura e armazenamento de carbono no país. Pelo texto, essa atividade só poderá ser exercida por meio de um Contrato de Permissão para Estocagem de CO₂ para exploração de reservatórios geológicos em bloco de armazenamento.

A duração do contrato será de 30 anos, com possibilidade de prorrogação por igual período.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Comissão do Senado aprova PL do Combustível do Futuro no site CNN Brasil.

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