Caso Vitória: Dono de carro é “um dos envolvidos” no crime, diz polícia

Polícia Civil de São Paulo afirmou em coletiva nessa segunda-feira (10), que Maicol Antonio Sales dos Santos, dono do Corolla visto próximo ao local do desaparecimento de Vitória Regina de Sousa, é “um dos envolvidos” no crime.

A declaração foi dada pelo diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, em coletiva de imprensa. Segundo ele, a polícia trabalha com a hipótese de sequestro e aguarda resultados de perícias.

A investigação descarta envolvimento do pai de Vitória e foca em três suspeitos. O foco agora está em MaicolDaniel Lucas Pereira e Gustavo Vinícius Moraes, ex-namorado da vítima.

Suspeito preso

Provas materiais e testemunhais reforçam a suspeita contra Maicol. A perícia encontrou sangue no porta-malas do Corolla de Maicol, o que reforça as suspeitas. Um exame de DNA está sendo realizado para confirmar se o sangue pertence a Vitória

A polícia acredita que o resultado do DNA do sangue encontrado deve sair em cerca de 30 dias. O chefe da Demacro explicou que o sangue encontrado no porta-malas do carro estava “contaminado” por outras propriedades do local. O trabalho da perícia consiste em refinar o material biológico para estabelecer sua origem.

Testemunhas colocaram Maicol no local do crime, e o depoimento de sua esposa contradiz sua versão dos fatos. Vizinhos também relataram movimentações suspeitas na madrugada do crime, e a polícia investiga ameaças contra testemunhas.

“Ele é um dos envolvidos nessa barbárie”, disse Luiz Carlos do Carmo.

Perícias em celulares e locais auxiliam na coleta de provas

Dez celulares foram apreendidos para perícia, visando a extração de dados telemáticos, como registros de ligações e localização. A polícia também realizou buscas em um local suspeito de ser o cativeiro onde Vitória teria sido mantida. Perícias toxicológicas e das vísceras também estão em andamento.

Imagens mostram Daniel seguindo Vitória por vários dias antes do desaparecimento. Daniel foi flagrado por câmeras de segurança seguindo Vitória do ponto de ônibus até sua casa por três ou quatro dias antes do desaparecimento. A polícia acredita que isso pode indicar premeditação do sequestro. As imagens estão no celular de Daniel, que acompanhou a família nas buscas por Vitória após o desaparecimento.

Homem seguiu jovem durante três dias antes de desaparecimento

polícia busca identificar o envolvidos e, posteriormente, mandante e a motivações do crime. Dezoito pessoas já prestaram depoimento. O diretor Luiz Carlos do Carmo afirmou que aguarda a confirmação de mais provas para pedir a prisão dos suspeitos. A polícia tem convicção do envolvimento dos três no crime, especialmente de Maicol.

“Um (suspeito) com muita prova material é o Maicol”, afirma o chefe do Demacro.

Relembre o caso

O desaparecimento e a trágica morte de Vitória Regina de Sousa, uma jovem de 17 anos comoveu os moradores de Cajamar (SP). A história teve início em 26 de fevereiro, quando Vitória, após um dia de trabalho em um shopping local, pegou o ônibus de volta para casa.

Naquela noite, Vitória compartilhou mensagens de texto com uma amiga, expressando o medo que sentia ao perceber que estava sendo seguida por dois homens. Testemunhas relataram ter visto um carro com quatro homens seguindo a jovem depois que ela desceu do ônibus.

Após seu desaparecimento, a cidade se uniu em buscas incessantes. A polícia e os familiares, apoiados por diversos agentes, cães farejadores e drones, procuraram por Vitória em todos os cantos da região.

A angústia chegou ao fim em 5 de março, quando o corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata em Cajamar. O corpo da jovem estava em estado avançado de decomposição e apresentava sinais de violência. Um policial que estava no local das buscas informou que o corpo da vítima foi bastante violentado. A jovem estava com a cabeça raspada e sem as roupas.

A Delegacia de Polícia de Cajamar assumiu a responsabilidade pela investigação, trabalhando com diversas hipóteses para o crime. Mais de 18 pessoas foram ouvidas e dois veículos foram apreendidos para perícia. A principal linha de investigação é que a morte de Vitória foi por vingança.

O corpo de Vitória foi velado e enterrado sob forte comoção de parentes, amigos e moradores da cidade. Gritos de “justiça” foram entoados durante o sepultamento.

Veja imagens do velório de Vitória

Este conteúdo foi originalmente publicado em Caso Vitória: Dono de carro é “um dos envolvidos” no crime, diz polícia no site CNN Brasil.

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