PM pula em cima de homem caído baleado quatro vezes; Veja VÍDEO

Um vídeo das câmeras corporais revelou o momento em que o soldado Emanuel Jefferson Marinho da Silva, de 41 anos, pula com os dois pés sobre o abdômen de Rafael Fernando Tavares do Nascimento de Souza, de 38 anos, já caído e ferido no leito de um córrego. As informações são da UOL.

A cena aconteceu após Rafael ter sido atingido por quatro tiros disparados por outros policiais militares durante uma perseguição. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu. O caso ocorreu no dia 28 de novembro de 2024, na rua Romão Elói Casado, no bairro do Lajeado, zona leste de São Paulo. No entanto, só veio à tona agora com a divulgação das imagens.

O Ministério Público e a Polícia Militar investigam Silva e outros três agentes por homicídio, tortura, constrangimento ilegal, abandono de pessoa e descumprimento de dever funcional. As gravações mostram Rafael conduzindo uma viatura da PM furtada.

Durante a fuga, ele entrou em uma rua sem saída, abandonou o veículo e tentou escapar a pé, entrando em um córrego. Neste momento, os soldados Willian Ferreira Duarte e Luccas Elias de Andrade abriram fogo, atingindo Rafael no abdômen, coxa esquerda, flanco esquerdo e perna direita. Ele caiu e permaneceu encostado no barranco.

Na sequência, o soldado Jefferson Silva se aproxima, salta com os dois pés sobre o abdômen de Rafael, que já estava sangrando. Após a agressão, o homem foi arrastado para fora do córrego e colocado junto à parede de uma casa próxima, enquanto os policiais o chamavam de ladrão e o xingavam. Mesmo ferido, Rafael pedia desculpas, mas um dos agentes se recusava a ouvi-lo.

Rafael foi levado ao hospital, mas não resistiu

Uma unidade de resgate foi acionada e transportou Rafael até o Hospital Tide Setúbal, onde ele faleceu. Segundo a mãe da vítima, Maria das Graças Tavares, um médico afirmou que o corpo de Rafael apresentava ao menos dez perfurações de tiros. Ela relatou que o filho era dependente químico, tomava medicamentos controlados e fazia tratamento psiquiátrico. “Os PMs poderiam tê-lo prendido, em vez de matá-lo”, desabafou.

Defesa dos PMs e investigação

Em sua versão, o soldado Jefferson Silva alegou que Rafael furtou a viatura enquanto ele atendia uma ocorrência de roubo de moto. Segundo o PM, o suspeito teria fugido com a mão na cintura, como se estivesse armado. Silva disse que se desequilibrou e caiu no córrego, negando intenção de machucar Rafael, acreditando que ele havia sido baleado apenas na perna.

A Polícia Militar declarou ter identificado irregularidades e solicitou a prisão preventiva de Silva. O caso é investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), além de um Inquérito Policial Militar (IPM) que corre em paralelo.

O advogado Antônio Edio, representante da família de Rafael, contestou a versão dos policiais e afirmou que não houve roubo algum. “Nada do que eles falaram no boletim de ocorrência é verdade”, disse o criminalista. Ele afirmou que lutará para que os quatro policiais sejam julgados e punidos com rigor.

Assista ao vídeo:

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