Caminhoneira, mecânica e chefe de cozinha: mulheres que assumem profissões desafiadoras no DF


Segundo o IBGE, 52% das mulheres com mais de 14 anos trabalham no Distrito Federal. No Dia Internacional da Mulher, conheça histórias de algumas delas. Profissionais do DF assumem profissões desafiadoras
Arquivo pessoal
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Neste sábado (8), é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A celebração, que surgiu oficialmente em 1917, é um convite à reflexão sobre a luta por igualdade de gênero e de direitos, assim como mais possibilidades no mercado de trabalho.
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📌A data foi idealizada em homenagem a uma greve de trabalhadoras têxteis em Nova York, nos Estados Unidos, em 1857. No entanto, ocorreu em 1917 o evento que consolidou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher: uma manifestação em São Petersburgo, na Rússia.
No Distrito Federal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 52% das mulheres com 14 anos ou mais trabalham regularmente.
A analista em diversidade Débora Moura diz que a tendência é avançar ainda mais esse percentual, em função da participação das mulheres no mundo do trabalho. No entanto, além de crescer numericamente, é preciso crescer também de forma qualitativa.
“É importante olhar pra qualidade dos empregos, mirar na capacitação, ocupar cargos de liderança, pra num futuro desejável ocuparmos posições de decisão e destaque”, diz Débora Moura.
Com a abertura do mercado para profissões que antes eram consideradas “masculinas”, muitas mulheres assumem trabalhos desafiadores, como dirigir caminhões ou ser dona de oficina mecânica. O g1 mostra as histórias de algumas delas. 💪
Mais mulheres no volante
Aline opera um caminhão de 35 toneladas no DF
Arquivo pessoal
De acordo com um levantamento de 2022 do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran), 734.565 mulheres dirigem em Brasília. O número corresponde a 40% dos motoristas da capital federal. 🚗
Aline Santos é uma dessas mulheres, mas ela dirige um caminhão.🚛 A moradora de Sobradinho conta que quando fez 30 anos resolveu mudar de profissão: deixou de ser auxiliar de cozinha para virar caminhoneira.
Ela diz que a inspiração veio do pai, que trabalhou a vida inteira em uma fábrica de cimento no DF. Aline opera um caminhão que carrega 35 toneladas e, segundo ela, exige muita técnica para transportar o calcário da mina onde é extraído até a fábrica que produz o cimento.
O serviço na mineração é meticuloso. No início da profissão foi bem difícil, pois não tinha experiência. Hoje sou a única mulher caminhoneira da fábrica de cimento.
Para incentivar que mais mulheres atuem como motoristas profissionais, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) iniciou, em 2023, o projeto “Mulheres que Dirigem Vão Mais Longe”. Até o final do ano passado, 592 se formaram.
🔎As inscrições para os cursos podem ser feitas na Diretoria de Educação de Trânsito (Direduc), que fica na SEPS Q 706/906, na Asa Sul.
Mecânica ‘mais rosa’ 🎀
Agda criou uma oficina voltada para a mulher em 2010, em Ceilândia.
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Agda Oliver conta que em 2008 teve uma ideia que mudou a vida dela. Ao perceber que as oficinas mecânicas eram um ambiente quase que exclusivo para homens, ela decidiu abrir um empreendimento voltado para as mulheres.
“Me senti coagida assim que tirei a habilitação. Comprei um carro usado e levei pra consertar, mas os mecânicos não me explicaram direito o problema do meu carro, foi desconfortável. O ambiente não era acolhedor, até cartaz de mulher nua tinha na parede”, lembra Agda.
A moradora de Ceilândia buscou se informar e estudar não só o mercado, mas a profissão. Ela fez um curso de mecânica no Senac e abriu a oficina em 2010.
Agda conta que criou o local, inicialmente, com cores convencionais. No entanto, para chamar a atenção das mulheres, mudou a decoração e criou até uma frase voltada para elas: “Mulher, agora quem leva o seu carro ao mecânico é você”.
gundo ela, apenas um funcionário a equipe não lidou bem com as mudanças. Elee preferiu pedir demissão do que usar o novo uniforme lilás proposto.
Chefe de cozinha🫕
Rosana é chefe de cozinha no Distrito Federal
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Filha de cozinheira, Rosana Braga começou a enxergar a cozinha como uma oportunidade para empreendimento desde jovem. Ela conta que tinha 18 anos quando começou a vender bolos e salgados.
“Sentia um preconceito com a minha idade. Quando ia retirar um pedido, pedia pra minha mãe pegar pra mim. As pessoas não confiavam em mim por ter cara de criança e conseguir fazer bolos de casamento”, diz chefe Rosana Braga.
Atualmente, ela comanda uma cozinha com 15 funcionários e é dona de uma franquia italiana.
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