Solução definitiva para enchentes em região de novos piscinões de Limeira demandaria ‘custo elevado e inviável’, diz prefeitura


Nova gestão diz que principal obstáculo é que obra demandaria desapropriações de “muitos imóveis”. Administração aposta em macrodrenagem e estuda construção de barragem. ARQUIVO: alagamento após transbordamento dos novos piscinões de Limeira, em dezembro de 2024
Reprodução/ EPTV
A solução definitiva para o problema histórico das enchentes na região do Mercado Municipal de Limeira (SP) demandaria “custo elevado e inviável”, segundo a prefeitura. Dois piscinões para armazenar água pluvial foram inaugurados na área, em julho de 2024, mas não resolveram totalmente a questão.
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Uma das justificativas para a inviabilidade de uma obra para solução definitiva é o “extremo” adensamento urbano da área, uma vez que a solução passaria pela desapropriação de “muitos imóveis”, segundo resposta do secretário de Obras e Serviços Públicos, Celso José Gonçalves, a requerimento da Câmara Municipal.
“O objetivo da obra não foi resolver de forma definitiva o problema crônico e secular das enchentes na região do Mercado Municipal. […] Isso ocorre porque tal solução demandaria um custo elevado e inviável […]. Além disso, a proposta de alargamento e correção do leito do Córrego Lavapés, que atravessa uma área densamente ocupada, exigiria um grande número de desapropriações, gerando um impacto social significativo”, resume a pasta no documento.
A seguir, entenda quais foram as intervenções já realizadas no local, os objetivos delas, por que é difícil resolver a situação e quais são as próximas ações previstas:
ARQUIVO: Após chuvas, Limeira registra pontos de alagamentos e comerciantes têm prejuízo, em dezembro de 2024
O que foi construído e por qual motivo? ⛏️
Segundo a prefeitura, devido ao histórico de inundações da região central do Município, em especial nos arredores do Mercado Municipal (popularmente conhecido como “Mercadão”), ao longo dos anos foram executadas bacias de detenção, que complementam o sistema convencional existente para atenuar os impactos das águas da chuva.
Bacias de detenção são estruturas que permitem a retenção das águas pluviais de forma temporária. São usadas, principalmente, em regiões muito impermeabilizadas, onde a infiltração da água no solo é dificultada.
Atualmente, o complexo de bacias de detenção contam com duas principais estruturas: o Piscinão (localizado sob a pista de treino do Tiro de Guerra), e o novo Piscinão (formado por duas estruturas – localizado na Rua Duque de Caxias esquina com a Rua Barão de Campinas).
A Secretaria de Obras e Serviços Públicos detalhou que os dois piscinões retêm um volume de até 8,5 milhões de litros por um período, para que o escoamento ao Ribeirão Tatu seja mais lento, buscando evitar transbordamentos e alagamentos.
Além de auxiliar na atenuação dos impactos da chuva, essas estruturas realizam a condução do Córrego Lavapés, que passa por dentro das galerias.
Ao todo, os reservatórios custaram R$ 29 milhões, mas parte do orçamento foi usada para recomposição de galerias e fundação do Mercadão.
Tempestade faz piscinões transbordarem e causa prejuízo a comerciantes no centro de Limeira
Reprodução/EPTV
Por que é difícil solucionar o problema? 🔎
A prefeitura ressalta que qualquer estrutura pode ter transbordamento em eventos naturais extremos.
“No episódio de dezembro de 2024, um temporal de 90 milímetros em menos de 40 minutos sobrecarregou os piscinões, mas não significa que o sistema de drenagem não funcionou. Segundo as equipes técnicas, sem os piscinões, a inundação teria sido ainda mais grave”, afirmou, em nota ao g1.
Outro obstáculo apontado pela prefeitura são construções existentes em áreas de inundação e que, por isso, são de preservação permanente (APPs).
A administração também afirma que são áreas “extremamente adensadas” pelo processo de urbanização. E que, por isso, acabar com as enchentes é “um grande desafio”, principalmente pelos seguintes motivos:
A área encontra-se quase totalmente impermeabilizada;
O leito de um rio e seu entorno (como é o caso do Córrego Lavapés) naturalmente sofre com enchentes e inundações;
Grande parte das casas e comércios centrais foram construídos em décadas passadas e, portanto, são mais fragilizadas e expostas quando são realizadas construções de grande porte nessa região, que envolvem escavações e vibrações, por exemplo;
Muitos destes imóveis teriam que ser desapropriados e demolidos para que a obra fosse executada, tendo em vista as dimensões necessárias para conduzir as águas.
ARQUIVO: Temporal causa prejuízo a comerciantes de Limeira, em dezembro de 2024
Quais são os planos para amenizar os impactos? 💡
A prefeitura informou ao g1 que está realizando estudos de macrodrenagem para reduzir mais os impactos das chuvas.
E que esses estudos incluem o aumento da vazão das galerias que conduzem as águas dos piscinões ao Ribeirão Tatu, mudanças na curvatura do ponto de chegada das águas ao ribeirão e a possível construção de uma barragem de contenção próxima à rodovia Limeira-Cordeirópolis.
“A Secretaria esclarece que essas medidas ainda estão em fase de estudo e dependem da obtenção de recursos”, acrescenta.
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