“Ainda Estou Aqui” no Oscar gera efeito cascata para cinema brasileiro

Nos últimos 15 anos, a presença do cinema brasileiro aumentou muito pelo mundo. Tornou-se comum termos filmes selecionados para os principais festivais internacionais, como Cannes, Veneza e Berlim. Muitos deles, inclusive, receberam várias premiações. Mas o nosso sonho sempre foi o Oscar!

Todos os anos um filme é escolhido para a disputa do Oscar de Filme Internacional, e ficamos na expectativa de haver algum brasileiro entre os finalistas. Alguns filmes, como “Que Horas Ela Volta”, bateram na trave. 

Neste ano, a alegria foi maior que o esperado, já que conseguimos três indicações: Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz e, uma inédita, de Melhor Filme. Pouquíssimos filmes não falados em inglês conseguiram essa proeza em toda a história da premiação! Apenas sete, para ser preciso. 

Você, que lê este artigo, pode pensar: “Bacana essas indicações. Bom para o diretor, para a atriz, para os produtores. Vou torcer, pois sempre vale”. Tudo isso é verdade. Mas essas indicações têm um significado muito maior. Colocam o cinema brasileiro em outro patamar. Geram um aumento de interesse brutal por “Ainda Estou Aqui”, mas, ao mesmo tempo, por outros filmes. Programadores de festivais vão querer ter um filme brasileiro em suas seleções. Distribuidores e plataformas de streaming prestarão mais atenção. 

Mesmo antes da revelação dos ganhadores do Oscar, o cinema brasileiro já havia vencido. Com essas indicações, mudamos de patamar. Quem assistia a filmes coreanos antes do sucesso no Oscar de “Parasita”? Agora as pessoas aguardam uma nova temporada de séries desse país!  

O Brasil, desde os anos 1970, criou novelas que circularam o mundo. O cinema brasileiro vem ganhando espaço. “Ainda Estou Aqui” é um marco. Suas indicações mostram a qualidade que nosso cinema pode alcançar. Fernanda Torres é um talento 100% nacional. Todos os técnicos e demais artistas também.  

Vencer uma ou mais estatuetas é extraordinário! Um novo momento na história de nosso cinema e de nosso país, que se vê reconhecido em um filme cheio de talento e que fala de nossa história. 

Viva “Ainda Estou Aqui” e esta vitória! 

 *Cineasta, produtor e gestor cultural e diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som) 

https://stories.cnnbrasil.com.br/entretenimento/ainda-estou-aqui-conheca-historia-que-inspirou-filme-com-fernanda-torres/   

Assista:

“Ainda Estou Aqui” leva Oscar de Melhor Filme Internacional | CNN BRASIL

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