Exercício físico pode ajudar pacientes com câncer de cólon a viverem mais

Existe algo que você pode fazer que pode ajudá-lo a viver mais tempo após um diagnóstico de câncer de cólon, e você pode começar por conta própria, em casa ou em uma academia. O exercício está associado a uma vida mais longa para pacientes com câncer de cólon, de acordo com um novo estudo publicado na segunda-feira (24) na revista Cancer, da Sociedade Americana do Câncer.

“Embora muitos pacientes com câncer agora vivam mais tempo após o câncer do que há décadas, as taxas de sobrevivência após um diagnóstico de câncer ainda permanecem mais curtas do que na população em geral”, afirma o autor principal do estudo, Justin Brown, professor associado e diretor do Programa de Metabolismo do Câncer do Centro de Pesquisa Biomédica Pennington da Universidade Estadual da Louisiana em Baton Rouge.

“Este estudo sugere que, após um diagnóstico de câncer de cólon, praticar atividade física pode ajudar os pacientes a viverem mais tempo e, para alguns pacientes, ajudá-los a viver tanto quanto, ou até mais, do que aqueles da população em geral sem câncer”, acrescenta.

Embora os pesquisadores já soubessem que o exercício regular pode melhorar as taxas de sobrevivência, pouco se sabia sobre se isso poderia ajudar os pacientes a retornar às taxas de sobrevivência daqueles que nunca tiveram câncer, segundo Keith Diaz, professor associado de medicina comportamental no Centro Médico da Universidade Columbia em Nova York. Ele não esteve envolvido na pesquisa.

As descobertas podem ser bem-vindas tanto para pessoas em tratamento quanto em remissão, segundo Brown. Entre os adultos jovens, de 20 a 49 anos, estima-se que o câncer colorretal se torne a principal causa de mortes relacionadas ao câncer nos Estados Unidos até 2030.

“Os pacientes frequentemente estão ansiosos para entender como as escolhas que fazem fora das paredes do centro de câncer podem impactar como se sentem, funcionam e sobrevivem”, acrescenta.

O exercício pode reduzir a capacidade das células cancerígenas de se espalharem

Para conduzir o estudo, os pesquisadores entrevistaram quase 3.000 pacientes com câncer de cólon sobre seus níveis de atividade física durante e após a quimioterapia, segundo Brown.

Os pesquisadores então acompanharam os pacientes por cerca de seis anos e analisaram quanto tempo cada pessoa sobreviveu em comparação com sua expectativa de vida prevista com base em idade, sexo e ano do diagnóstico, acrescenta.

Não apenas aqueles que se exercitam regularmente viveram mais tempo, mas também viram um risco reduzido de o câncer retornar, segundo Diaz.

O estudo foi observacional, o que significa que os pesquisadores não podem afirmar com certeza que o exercício causou as melhores taxas de sobrevivência, mas faz sentido que a atividade física ajudaria, de acordo com Diaz.

“Os benefícios do exercício após um diagnóstico de câncer de cólon são multifacetados. O exercício melhora a saúde cardíaca, a saúde mental e a saúde intestinal, todos os quais desempenham papéis importantes na sobrevivência a longo prazo”, acrescenta por e-mail.

Os pesquisadores ainda estão aprendendo muito sobre os mecanismos exatos, mas a atividade física parece ter um impacto positivo tanto no ambiente em que as células cancerosas podem tentar crescer quanto nas próprias células, segundo Diaz.

O exercício pode reduzir a inflamação e os níveis de insulina que permitem que as células cancerosas cresçam e se espalhem, acrescenta o especialista. A atividade física também melhora o sistema imunológico, facilitando a detecção e eliminação das células cancerosas pelo corpo.

Pequenas mudanças no estilo de vida fazem uma grande diferença

Um diagnóstico de câncer pode parecer desorientador, mas este estudo pode dar aos pacientes e seus entes queridos algum conforto em saber que existem coisas sob seu controle, segundo Brown.

“Neste estudo, mostramos que pequenas quantidades de atividade física diária podem contribuir para uma melhor sobrevivência”, diz o especialista. “Pequenas mudanças nos comportamentos, quando integradas ao longo da vida, fazem uma grande diferença para a saúde”.

Os dados mostraram que cinco a seis horas de atividades semanais, como caminhada rápida, foram úteis, mas quanto mais exercício, melhor, de acordo com Brown. Mas aqueles que não são ativos se beneficiariam mesmo com apenas um pouco.

Ainda restam questões sobre quanto de atividade física, que tipo e qual intensidade é útil para a sobrevivência após o câncer, acrescenta Diaz.

Um estudo de julho de 2023 mostrou que apenas um ou dois minutos de exercício vigoroso — como caminhada rápida, trabalho doméstico intenso ou brincar com crianças — poderia reduzir o risco de câncer. Outro estudo publicado em março de 2023 sugeriu que 11 minutos de atividade moderada a vigorosa (que pode incluir dança, corrida, ciclismo e natação) todos os dias poderia reduzir o risco de doenças, incluindo câncer.

É poderoso ver a diferença que mudanças no estilo de vida podem fazer, segundo Diaz. “Essa é uma notícia incrivelmente encorajadora para sobreviventes de câncer de cólon – isso ressalta que um diagnóstico de câncer não é o fim, e pode haver muitos anos saudáveis pela frente”, afirma.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Exercício físico pode ajudar pacientes com câncer de cólon a viverem mais no site CNN Brasil.

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