Quanto ganham os trabalhadores no Brasil? Média salarial varia mais que o dobro entre estados

O rendimento médio dos trabalhadores brasileiros em 2024 foi de R$ 3.225 por mês, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE. O valor representa um crescimento de 3,7% em relação a 2023 e um aumento de 10,1% desde 2012, quando a pesquisa começou a ser realizada. As informações são do g1.

Apesar do avanço, a desigualdade salarial entre os estados permanece grande. Enquanto em algumas regiões houve crescimento, como no Sul e no Centro-Oeste, estados do Norte e Nordeste registraram altas taxas de informalidade e rendimentos mais baixos.

Veja o impacto da informalidade

Segundo o IBGE, sete estados brasileiros tiveram mais de 50% da população ocupada na informalidade em 2024, incluindo Pará, Piauí, Maranhão, Ceará, Amazonas, Bahia e Paraíba. Isso impacta diretamente a média salarial, já que trabalhos informais costumam oferecer salários menores e menos estabilidade.

🔎 “Todos os valores usados na reportagem são referentes ao rendimento médio real (descontada a inflação) recebido habitualmente pelas pessoas ocupadas por todos os trabalhos que elas tinham na semana de referência da pesquisa.”

De acordo com o economista Rodolpho Tobler, da FGV IBRE, os baixos rendimentos registrados no Norte e Nordeste podem ser explicados, em parte, pelo grande número de trabalhos informais. “Também tem a ver com a estrutura da atividade econômica nessas regiões, mais centrada em serviços e com menos indústrias, que geralmente proporcionam um salário mais elevado”, explica o especialista.

Distrito Federal lidera ranking salarial

O alto rendimento no Distrito Federal, por sua vez, está relacionado ao trabalho no setor público. “É onde fica o governo federal, tem os ministérios, muitas estatais, com empregos associados a pessoas de maior escolaridade”, aponta Tobler.

Assim, apesar de importantes para o mapeamento do mercado de trabalho no Brasil, as médias nacionais de rendimento, desemprego e ocupação não refletem a realidade de todo o país.

Para Tobler, é necessário desenvolver políticas públicas com um “olhar regional”.

“Considerando que o Brasil é um país de tamanho continental, tem muita desigualdade. E nem sempre uma política pública pensada no nível nacional funciona no nível regional”, completa.

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