Médico analisa caso clínico de Isabel Veloso com três internações em 24 horas

Lutando contra um Linfoma de Hodgkin há três anos, Isabel Veloso está enfrentando um novo problema de saúde. A influenciadora digital foi internada pela terceira vez em 24 horas e descobriu que está com pedra na vesícula. Em entrevista à Contigo!, Dr. Almino Ramos analisa o caso clínico da jovem e como a youtuber pode continuar com o tratamento contra um câncer mesmo com o diagnóstico.

“Não existe nenhuma relação entre linfoma e pedra na vesícula, mas a pedra na vesícula pode atuar como um fator complicador. Ou seja, se essa paciente, agora fazendo o tratamento dela do linfoma, tem uma crise de vesícula, isso pode ser ruim, porque vai ter dor, vai passar mal, vai vomitar, vai ter que tomar remédio. E pode acontecer, inclusive, de ter uma crise mais grave, uma colecistite aguda, que pode até gerar a necessidade de uma cirurgia”, explica.

“Então, não seria um bom momento para fazer a cirurgia no meio de um tratamento de linfoma. Isso vai ser feito só se houver uma emergência da vesícula, um quadro agudo que não melhore. Mas, vai tentar fazer o tratamento. Eventualmente, se tiver dor na vesícula, vai tomar uma médica e, em geral, o que a gente recomenda é um antiespasmódico, uma medicação para tirar a contração da musculatura da vesícula, e evitar a crise aguda. Agora corre o risco de, até de uma hora para outra, ela ter uma dor aguda que não melhore e ter que fazer uma cirurgia em pleno tratamento do linfoma”, acrescenta.

Especialista

O especialista em Cirurgia Digestiva ainda ressalta que o diagnóstico de pedra na vesícula é algo rápido e fácil de ser realizado em hospitais, mas que algumas circunstâncias podem ter contribuído para Isabel Veloso retornar ao atendimento três vezes em 24 horas: “Provavelmente, a demora foi que o hospital que ela foi não tinha o exame disponível naquele momento ou o médico que a atendeu não imaginou que fosse pedra na vesícula. Ele imaginou que fosse gastrite, pensou que fosse algo alimentar em relação à refeição e não fez a hipótese diagnóstica de problema de vesícula”.

Dr. Almino Cardoso Ramos ainda aponta que Isabel Veloso, possivelmente, melhorou dos sintomas de dor após a pedra sair do canal. “Ou seja, aquela crise de dor está resolvida, mas ela tem pedra na vesícula. Quando ela pode ter outra crise de dor? Não se sabe. Pode ser hoje, pode ser daqui a seis meses… Agora, o que ela precisa fazer é acompanhamento. Ela já sabe que tem a pedra na vesícula e fica mais fácil de fazer a interpretação dos sintomas“, analisa.

Não é o melhor momento, embora seja uma doença de indicação cirúrgica, para fazer a cirurgia no meio de um tratamento de linfoma. Então, ela tem que terminar o tratamento, esperar se recuperar e aí faz a cirurgia em uma condição eletiva. O risco é de uma hora para outra ter um quadro agudo, que não resolva com o tratamento clínico, e ela ter que ser operada de urgência“, conclui.

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