Alta dos alimentos desacelera e faturamento do varejo sobe, diz estudo

O bolso dos brasileiros ficou mais aliviado em janeiro na hora de comprar alimentos no supermercado e isso fez com que o varejo alimentar tivesse um faturamento maior e mais saudável.

Esse é o cenário que a pesquisa realizada pela Scanntech, com exclusividade para a CNN, revelou.

Segundo o estudo, a alta dos preços desacelerou para 5,8% nos 12 meses acumulados em janeiro, enquanto em dezembro a variação teve um avanço de 7,6%.

Com a perda de força dos preços, o varejo teve um aumento de 6,6% no seu faturamento, com um ganho nas unidades comercializadas — ou seja, o número de itens que as pessoas colocam no carrinho —, que foram de um declínio de 0,7% para um avanço de 0,8%.

O levantamento é realizado através da coleta dos valores das transações no caixa do supermercado, ou seja, diretamente do preço pago pelos consumidores.

De acordo com Priscila Ariani, diretora de Marketing da Scanntech, “quanto mais aceleram os preços, mais desaceleram as unidades, porque o poder de compra do consumidor não consegue mais levar a mesma quantidade de produtos para casa”.

“A diminuição da taxa de inflação, efetivamente, em algumas categorias, conseguem dar fôlego para o consumidor. A gente via esses preços ganhando força mais rápido, até que janeiro pela primeira vez a gente consegue observar a desaceleração”, disse, ressaltando que dessa maneira o varejo tem um crescimento mais saudável com menos repasse de preços e mais consumo.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, desacelerou em janeiro a 0,16%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse foi o menor IPCA para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994.

A alta dos preços medidos pelo IPCA foi puxada pelos grupos Transportes, com alta de 1,30% e do grupo Alimentação e Bebidas, que subiu 0,96%.

O estudo da Scanntech correlaciona esse alívio nos preços dos alimentos com a valorização do real.

“Especialmente dentro do nosso estudo, nos produtos vendidos nos supermercados, tem muito impacto de commodities. Todos os produtos que compõem a cesta básica, além de todas as proteínas, acabam sendo ‘commoditizadas’ e indexadas ao dólar”, explicou Ariani.

A região Sul foi a que apresentou uma melhor performance de faturamento nos supermercados, com um aumento de 7,4%.

Na outra ponta, a região Norte registrou o maior aumento de preços e, consequentemente, a maior retração das vendas, tendo um aumento de apenas 4,3%.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Alta dos alimentos desacelera e faturamento do varejo sobe, diz estudo no site CNN Brasil.

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