Carnaval: relembre 10 sambas-enredo que marcaram época

O samba sempre esteve presente de alguma forma na vida do brasileiro, seja por seu amor pelo Carnaval ou apenas por crescer em um país com uma cultura popular tão forte. É possível que um dos primeiros contatos das novas gerações com o samba aconteça através dos famosos sambas-enredos das escolas mais tradicionais do país, que dominam não só o ano em que são apresentados, como também podem entrar para a história da música.

Muitos desses sambas-enredo marcaram gerações, e foram passados através do tempo graças à sua mensagem, e também devido a sua importância para o Carnaval e para a música em geral. E para homenagear esses clássicos, relembramos algumas dessas canções que marcaram a vida de muitas pessoas.

Confira os 10 sambas-enredo que marcaram o Carnaval brasileiro:

“Explode Coração” – Acadêmicos do Salgueiro (1993)

“Peguei um Ita no Norte”, mais conhecido como “Explode Coração” graças ao seu refrão emblemático, é um dos maiores sambas-enredo da história do Carnaval brasileiro. A canção foi inspirada na música de mesmo nome de Dorival Caymmi, e foi o tema da Acadêmicos do Salgueiro em 1993. Com uma letra marcante, a escola conquistou o título de campeã do Rio de Janeiro naquele ano, e é até hoje um dos sambas-enredo mais regravados da história.

“História para Ninar Gente Grande” – Estação Primeira de Mangueira (2019)

Considerado um clássico moderno dos sambas-enredo, “História para Ninar Gente Grande” aborda a história de Marielle Franco, que foi assassinada em março de 2018. Retratando um tema forte, a Mangueira conquistou o título de 2019 e mostrou que a arte também é algo político, que pode dar voz aos oprimidos.

“É Hoje” – União da Ilha do Governador (1982)

Apesar de nunca ter vencido na primeira divisão do Carnaval do Rio, a União da Ilha teve um dos sambas-enredo mais famosos da história do Rio de Janeiro. Com “É Hoje”, a escola ficou em 5º lugar e também entregou uma das canções mais regravadas do Carnaval, sendo reinterpretada por Caetano Veloso, Monobloco e outros artistas.

“Aquarela Brasileira” – Império Serrano (1964)

Apresentado pela primeira vez em 1964, e homenageado novamente em 2004, “Aquarela Brasileira” é o samba-enredo mais marcante da história da Império Serrano. A canção foi composta por Silas de Oliveira em homenagem à “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, e exalta as maravilhas do país, além dos costumes e a cultura plural do país.

“Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia” – Beija-Flor de Nilópolis (1989)

Usando o conceito “do lixo ao luxo” para criticar a desigualdade social do país, “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia” garantiu o 2ª lugar para a Beija-Flor de Nilópolis em 1989. Um dos momentos mais marcantes do desfile, além da composição forte de Neguinho da Beija-Flor, foi a estátua do Cristo Redentor, que precisou desfilar coberta após decisão da Justiça do Rio, com os dizeres “Mesmo proibido, olhai por nós!” ao seu redor.

“100 Anos De Liberdade – Realidade Ou Ilusão?” – Estação Primeira de Mangueira (1988)

Abordando o preconceito racial, e em homenagem aos 100 anos desde a abolição da escravatura no Brasil, o samba-enredo da Mangueira conta a história da população preta do país, e a sua contribuição para o Carnaval. A canção é considerada, até hoje, um dos marcos contra o racismo não só na maior festa do país, como também na vida de milhares de pessoas que vivem no país.

“Coisa Boa é Para Sempre” – Gaviões da Fiel (1995)

Samba-enredo que concedeu o primeiro título da Gaviões da Fiel, “Coisa Boa é Para Sempre” foi um dos marcos do Carnaval paulistano. Em 1995, a torcida da escola de samba levou mais de 3.500 pessoas para o Sambódromo de São Paulo, e ficou extremamente popular entre os torcedores do Corinthians.

“Kizomba, Festa da Raça” – Unidos de Vila Isabel (1988)

Criado por Martinho da Vila e composto por Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila, o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel também celebrou o centenário da Lei Áurea. A música foca na inclusão da população preta na sociedade, e os diferentes aspectos e culturas que são vistos diariamente no nosso dia a dia.

“Bumbum, Paticumbum, Prugurundum” – Império Serrano (1982)

Apresentado pelo Império Serrano em 1982, o samba-enredo foi criado por Aluísio Machado, um dos baluartes da escola. Até hoje, a música é lembrada em rodas de samba, estádios e regravada por vários sambistas. Vale citar que, após fazer um sucesso estrondoso nas rádios do Brasil, o desfile da Império Serrano durou mais de 1h30 e terminou próximo do meio dia, com um calor de mais de 37º.

“Liberdade! Liberdade! Abre as Asas Sobre Nós” – Imperatriz Leopoldinense (1989)

“Liberdade! Liberdade! Abre as Asas sobre Nós” é, talvez, a maior música da história do Carnaval brasileiro. Apresentada durante o desfile de 1989, a Imperatriz Leopoldinense celebrava os 100 anos da Proclamação da República, e falava sobre os principais acontecimentos que culminaram da criação da república presidencialista no Brasil. O samba recebeu o Estandarte de Ouro, prêmio que nomeia os melhores sambas-enredos, e foi regravado mais de vinte vezes, com os mais diversos nomes da música brasileira.

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