Líbano forma novo governo e primeiro-ministro promete reformas

O Líbano formou um novo governo neste sábado (8), após uma incomum intervenção direta dos Estados Unidos no processo. A medida aproxima o país do acesso a fundos de reconstrução após uma guerra devastadora entre Israel e o Hezbollah.

Falando a repórteres no palácio presidencial, o novo primeiro-ministro, Nawaf Salam, disse que o gabinete de 24 integrantes dará prioridade às reformas financeiras, à reconstrução e à implementação de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) vista como uma essencial para a estabilidade na fronteira com Israel.

O anúncio é feito depois de mais de três semanas de negociações com partidos políticos rivais no Líbano, onde os cargos governamentais são divididos de acordo com grupos aos quais essas pessoas pertencem.

Além disso, houve dias de impasse sobre os ministros muçulmanos xiitas, geralmente nomeados pelo Hezbollah e seu aliado xiita, Amal. Os EUA, no entanto, têm resistido à influência do Hezbollah em qualquer novo governo.

 

Morgan Ortagus, um enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, afirmou na sexta-feira (7) que os EUA consideram o envolvimento do Hezbollah no novo gabinete uma “linha vermelha” e agradeceram a Israel por aplicar golpes devastadores ao grupo, em uma declaração polêmica que gerou protestos no Líbano.

Amal, o aliado do Hezbollah, que é chefiado pelo presidente do Parlamento, Nabih Berri, foi autorizado a escolher quatro dos novos integrantes do gabinete, incluindo o ministro das Finanças, Yassin Jaber, e aprovar um quinto nome.

O gabinete está agora encarregado de redigir uma declaração política — um esboço geral da abordagem e das prioridades do próximo governo — e precisará de um voto de confiança do Parlamento do Líbano para ser totalmente chancelado.

O presidente libanês, Joseph Aoun, que conta com o apoio dos EUA como comandante do Exército, foi eleito em 9 de janeiro e nomeou Salam para formar um novo governo dias depois. Salam atuava como chefe da Corte Internacional de Justiça.

A nomeação foi o mais recente sinal de uma mudança dramática no equilíbrio de poder no Líbano, após os duros golpes de Israel ao Hezbollah, a destituição do presidente sírio e aliado do grupo armado, Bashar al-Assad, em dezembro, e a eleição de Aoun no mês passado.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Líbano forma novo governo e primeiro-ministro promete reformas no site CNN Brasil.

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