Mulheres indígenas representam povos originários na luta por direitos e políticas públicas no Acre


Mulheres indígenas representam povos originários na luta por direitos e políticas públicas
O Dia Mundial dos Povos Indígenas, celebrado nesta sexta-feira (7), marca ainda um tempo de luta pelos seus direitos e representatividade. A data foi instituída em 2008 pela Lei n° 11.696.
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No Acre, três mulheres indígenas: Nedna Yawanawa, Soleane Manchineri e Gemina Shanenawa estão à frente dessa batalha, ocupando cargos estratégicos na defesa de comunidades e na formulação de políticas públicas. É através de lugares de poder e liderança que garantem o fortalecimento das mulheres indígenas.
A diretoria indígena da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi), Nedna Yawanawa, fala sobre a responsabilidade como representante no Estado e do sentimento de respeito.
“Porque nós estamos num momento diferente, que a própria cultura não é estática, ela é dinâmica. Então nós também passamos por esse processo de mudança, em que as mulheres, hoje, elas passam a ter essa visibilidade, porque a gente sempre contribuiu. Desde os serviços, desde os trabalhos de tarefa na aldeia, nós temos o nosso papel”, afirmou.
Essas mulheres são símbolos de força e resistência que preservam as tradições e histórias com desafios diários para que as gerações futuras possam continuar o legado ancestral para garantir que a voz dos povos originários ecoe cada vez mais longe.
A coordenadora da organização de mulheres indígenas do Acre, Gemina Shanenawa, relata o preconceito e falta de oportunidade para conseguir se inserir no mercado de trabalho.
“Eu encontrei muitas portas fechadas. A falta de oportunidades de ser inserida no mercado de trabalho aqui dentro de Rio Branco, sofrer muito preconceito, racismo também, então quando se trata da mulher indígena, nós temos esse desafio. Hoje eu tenho um cliente que relata assim pra gente, ‘me chamam de Xiu’ quando me falaram que a equipe de vocês era de mulheres indígenas, eu não dei muita credibilidade, por quê? Porque infelizmente existe uma sociedade ainda que deturpa a imagem de nós, povos indígenas’,” relembrou.
As mulheres indígenas enfrentam desafios ao longo da vida, superando obstáculos que vão desde o preconceito até a valorização das suas raízes.
Mulheres indígenas representam povos tradicionais na luta por direitos e políticas públicas
Imagem: Aldo França
A ouvidoria geral da Defensoria Pública do Acre, Soleane Manchineri, afirma que as mulheres não têm tantos espaços e dos preconceitos sobre a imagem da mulher indígena.
“A gente ainda perece muito em relação às questões econômicas, porque não tem tantos espaços que estão abertos para a população indígena, principalmente em relação às mulheres, e a gente tem um legado negativo que é a erotização da mulher, da imagem da mulher indígena, que foi construída na literatura. Então a gente precisa superar essa imagem erotizada, e nós mulheres indígenas, nós temos inteligência, a gente não é simplesmente um símbolo sexual, a gente é dotada de sabedoria, de querer, de conquista, de avanço. Nós somos mães, nós somos estudantes, somos mulheres que levam outras mulheres para frente, a gente faz esse papel de estar fazendo um acolhimento, e isso não é visto assim”, explicou.
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