PGR pede condenação de Zambelli e hacker por invasão ao sistema do CNJ

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, na última sexta-feira (31), a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti Neto, acusados de atacar o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A PF afirma que ambos teriam cometido, diversas vezes, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Segundo a PGR, os atos Zambelli e Delgatti atentaram “contra a segurança do Poder Judiciário”.

“Há significativos elementos sobre a gravidade das condutas ilícitas dos denunciados, cujos desdobramentos ultrapassaram as esferas individuais dos alvos atingidos e atentaram contra a segurança, o sigilo, a inviolabilidade de dados sensíveis e, ainda, a fé pública do Poder Judiciário”, disse a PGR.

A procuradoria ainda afirma que ambos tentaram incitar a prática de atos antidemocráticos.

Entenda o caso

Zambelli e Delgatti se tornaram réus no Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2024.

Por unanimidade, os ministros da Primeira Turma da Corte aceitaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a dupla.

A investigação apontou que eles inseriram documentos falsos no sistema do órgão, como um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Conforme a denúncia da PGR, Zambelli teve “papel central” na invasão dos sistemas eletrônicos do CNJ e foi a “autora intelectual” do ataque hacker.

Zambelli, segundo a acusação, “arregimentou” o hacker Walter Delgatti, prometendo a ele benefícios em troca dos serviços.

Conforme a acusação, de agosto de 2022 a janeiro de 2023, Delgatti invadiu “por várias vezes dispositivos de informática usados pelo Poder Judiciário, adulterando informações, mandados de prisão, alvarás de soltura, decisões de quebra de sigilo bancário, e inclusive determinando ao sistema que emitisse documento ideologicamente falso”.

De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o objetivo era “gerar ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira, para obter vantagem de ordem política, propondo-se, desde o princípio, à invasão a dispositivo informático, que, afinal, determinou, participando ativamente de produção de ordem judicial ideologicamente falsa”.

A PGR citou relatório da Polícia Federal que confirmou que o hacker “trabalhava para a denunciada (Zambelli), sendo de se realçar que ele detinha informações de acesso a sítios eletrônicos e a servidores associados à parlamentar”.

A defesa de Zambelli disse à CNN que “no momento adequado irá apresentar defesa contraditando todas as ilações da Procuradoria, confiando na inocência da deputada”.

Procurada, a defesa de Delgatti não se manifestou.

Este conteúdo foi originalmente publicado em PGR pede condenação de Zambelli e hacker por invasão ao sistema do CNJ no site CNN Brasil.

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