Secretário de Estado dos EUA visita América Central

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, chega ao Panamá neste sábado (1º) em sua primeira viagem como o principal diplomata norte-americano.

A escolha de Rubio de visitar a América Central – Panamá, El Salvador, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana – é intencional e pretende impulsionar a agenda do presidente Donald Trump, “dando mais atenção à própria vizinhança norte-americana”.

A imigração será o foco principal da viagem de Rubio – tendo como base, inclusive, os recentes atritos entre Trump e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.

A discussão sobre o Canal do Panamá – que Donald Trump tem afirmado repetidamente que deveria voltar ao controle dos EUA – também é “uma prioridade”.

Ainda, a influência da China na região deve ser abordada.

No que diz respeito à imigração, os funcionários ​​de Trump vêm traçando uma estratégia para a América Latina, conscientes de que a região é parte integrante da agenda agressiva de deportação da administração.

“Precisamos trabalhar com os países para cessar, e dissuadir novos fluxos de imigrantes e na repatriação de cidadãos presentes ilegalmente nos EUA”, escreveu Rubio no Wall Street Journal na sexta-feira (31).

“Alguns países cooperam conosco com entusiasmo, outros nem tanto. Os primeiros serão recompensados”, afirmou. “Para os que não cooperam, o presidente Trump já demonstrou que está mais do que disposto a usar a influência dos EUA para proteger os nossos interesses. Basta perguntar ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro”, continuou.

Rubio também deve ter reuniões com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e outras autoridades.

“Durante o primeiro governo Trump, El Salvador tinha acordos sobre assuntos migratórios com os Estados Unidos, o que também será um tema de discussão”, afirmou o enviado especial de Trump para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, na sexta-feira (31).

Na Costa Rica, Rubio também procurará expandir os esforços de repatriação.

O Panamá também é fundamental nos esforços para reduzir o tráfego de imigrantes.

O número de imigrantes que cruzaram o Panamá nos primeiros 23 dias de janeiro de 2025 diminuiu 93% em comparação com o mesmo período de 2025, segundo o Serviço Nacional de Migração nacional.

Os EUA e o Panamá chegaram a um acordo em 2024, sob o comando do ex-presidente norte-americano Joe Biden, para abordar o fluxo de imigrantes que passam pela região de Darién. A passagem, que continua sendo uma prioridade para a administração Trump, deverá ser abordada em reuniões entre Rubio e autoridades panamenhas, incluindo o presidente José Raúl Mulino.

“Temos um programa de repatriação muito bem-sucedido com o Panamá que, francamente, deveria ser ampliado e, obviamente, esse será o foco da conversa”, frisou Claver-Carone.

A questão do Canal do Panamá é “uma prioridade a ser discutida”, acrescentou. Rubio visitará o Canal e “o administrador do Canal do Panamá”.

O desejo publicamente declarado de Trump de que os EUA retomem o controle da via navegável já causou agitação diplomática, com Mulino afirmando repetidamente que a soberania do Panamá sobre o Canal não está em debate.

“Não há discussão sobre esse assunto. A alma de um país não está em discussão”, enfatizou Mulino na quinta-feira (30), poucos dias antes do encontro agendado com Rubio.

Autoridades, incluindo Rubio, argumentaram que se trata de uma questão de Segurança Nacional.

“É um detalhe técnico, mas, na realidade, se a China quisesse obstruir o tráfego no Canal do Panamá, ela poderia”, comentou Rubio em entrevista a Megyn Kelly.

“Não podemos permitir que nenhuma potência estrangeira – especialmente a China – detenha esse tipo de controle”, destacou.

Durante as visitas regionais, Marco Rubio também deve tratar a relação com a China.

O comércio entre a China e os países latino-americanos aumentou de 10 bilhões de dólares em 2000 para 450 bilhões de dólares em 2022, de acordo com a Sociedade das Américas/Conselho das Américas.

“Esperamos expandir com a Guatemala as discussões sobre como continuar o apoio mútuo na imigração e, obviamente, combater a influência chinesa em toda a região”, afirmou Claver-Carone. A Guatemala manteve laços diplomáticos com Taiwan, enquanto outros países, como El Salvador, não.

A CNN questionou ao Departamento de Estado se alguma isenção foi emitida para programas na região antes da visita de Rubio.

*Angelica Franganillo Díaz, Stefano Pozzebon e Patrick Oppmann, da CNN, contribuíram com esta matéria

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Secretário de Estado dos EUA visita América Central no site CNN Brasil.

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