EUA: Enviado à Venezuela visa garantir deportação de imigrantes irregulares

Richard Grenell, enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para missões especiais está na Venezuela trabalhando com as autoridades locais na repatriação de integrantes da gangue venezuelana Tren de Aragua, segundo informações da Casa Branca nesta sexta-feira (31).

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, comentou durante coletiva de imprensa que Grenell garantirá que todos os presos dos Estados Unidos na Venezuela retornem para casa.

“Grenell possui duas diretrizes muito claras durante a visita: garantir que os integrantes da organização criminosa Tren de Aragua, dos quais 400 estão sob custódia atualmente, sejam repatriados de volta para a Venezuela e que todos os detidos norte-americanos voltem para casa”, declarou Karoline Leavitt.

O enviado de Trump se reuniu com o ditador Nicolás Maduro na tarde desta sexta (31). No entanto, a Casa Branca frisou que a visita não é um reconhecimento da Presidência do chavista.

EUA reconhecem opositor como presidente da Venezuela

Os Estados Unidos reconhecem Edmundo González como presidente eleito da Venezuela. Ele compareceu à posse de Trump em 20 de janeiro.

Segundo as autoridades venezuelanas, Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais do país, mas os dados detalhados não foram divulgados até então. Organizações internacionais e outros países entendem que o pleito não foi transparente e questionam os resultados.

González alertou a Casa Branca contra fechar um acordo com Maduro sobre voos de deportação, já que ele defendeu encontrar outro país para enviar os deportados.

Em 2019, o primeiro governo Trump formou uma coalizão de mais de 50 países para reconhecer Juan Guaidó, então presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, como o chefe de Estado legítimo do país, algo que Maduro ainda menciona em seus discursos.

Vários integrantes do gabinete do republicano, incluindo o conselheiro de segurança nacional do presidente, Mike Waltz, também criticaram Maduro nos últimos anos.

Além disso, Trump citou o Tren de Aragua, gangue criminosa originada em uma prisão da Venezuela, nos primeiros dias de seu segundo mandato.

Entre as ações executivas assinadas pelo presidente americano no início deste mandato, está a recomendação de que o Departamento de Estado inicie o processo de designação do Tren de Aragua como uma organização terrorista estrangeira.

A CNN está entrando em contato com o governo venezuelano para comentários.

Entenda a crise na Venezuela

A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.

Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.

A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora que foi impedida de se candidatar.

O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral.

O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.

O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.

Diversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos.

Nicolás Maduro assumiu no dia 10 de janeiro o terceiro mandato como presidente da Venezuela. A cerimônia consagrou a escalada autoritária do regime bolivariano, que está cada vez mais isolado na comunidade internacional.

Com informações da Reuters.

Eleição na Venezuela teve urna eletrônica e voto impresso; entenda

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