Protagonista de ‘Emilia Pérez’ pede desculpas por tweets polêmicos

A atriz Karla Sofía Gascón, protagonista do filme Emilia Pérez, se manifestou após antigos tweets seus serem resgatados e divulgados por veículos como Deadline e Variety nesta quinta-feira (30). Nas postagens, feitas no X (antigo Twitter), ela fez comentários considerados racistas sobre muçulmanos, chineses e George Floyd.

Em um comunicado enviado à Variety, Gascón afirmou: “Quero reconhecer a conversa em torno de minhas postagens anteriores nas redes sociais que causaram mágoa. Como alguém em uma comunidade marginalizada, conheço muito bem esse sofrimento e lamento profundamente aqueles que causei dor. Durante toda a minha vida, lutei por um mundo melhor. Acredito que a luz sempre triunfará sobre a escuridão”, declarou.

A maioria das postagens da atriz ocorreu entre 2020 e 2021, durante o auge da pandemia da Covid-19. Além disso, recentemente, ela também foi alvo de polêmicas ao afirmar que a equipe de Fernanda Torres e do filme Ainda Estou Aqui a atacavam na internet. A brasileira, que concorre ao Oscar 2025 na mesma categoria que Gascón, chegou a pedir publicamente o fim da rivalidade. No mesmo dia, Gascón negou ter feito referência à equipe do filme e afirmou que seus comentários eram direcionados à comunidade de fãs que a atacava.

O que Karla Sofía Gascón postou no Twitter?

Críticas ao Oscar e postagens racistas

Gascón criticou a edição do Oscar 2021, que premiou Nomadland, um filme que aborda a crise habitacional global e o direito à moradia. Na época, a atriz ainda não havia sido escalada para Emilia Pérez, papel que lhe rendeu a indicação ao Oscar de Melhor Atriz, tornando-se a primeira mulher assumidamente trans a concorrer na categoria.

“Cada vez mais o Oscar parece uma cerimônia de filmes independentes e de protesto. Não sabia se estava assistindo a um festival afro-coreano, a uma manifestação do Black Lives Matter ou ao 8M”, escreveu Gascón, referindo-se aos movimentos sociais e protestos feministas. Em seguida, também criticou a organização do evento, que, devido ao isolamento social, aconteceu na Union Station em vez do tradicional Dolby Theatre. “Fora isso, uma festa feia, feia”, completou.

No mesmo ano, durante os protestos que se espalharam pelos Estados Unidos e o mundo após o assassinato de George Floyd, a atriz opinou: “Eu realmente acho que muito poucas pessoas se importaram com George Floyd, um vigarista viciado em drogas, mas sua morte serviu para demonstrar mais uma vez que há pessoas que ainda consideram os negros como macacos sem direitos e consideram os policiais como assassinos… eles estão todos errados”, escreveu.

Xenofobia e comentários sobre a pandemia

A atriz também fez postagens ligadas à pandemia da Covid-19, nas quais associava o vírus à população chinesa. “Há tantos cientistas no mundo fazendo bombas, tantos acadêmicos construindo objetos para o espaço, tantas fábricas de medicamentos e não há ninguém que consiga entrar na fila dessa merda chinesa. No final, foi um show tremendo para uma nova variante da gripe, aviária ou coronavírus”, publicou.

Críticas ao islamismo e intolerância religiosa

Em 2020, Gascón compartilhou uma reflexão preconceituosa sobre o crescimento da comunidade muçulmana na Espanha. “Sinto muito, é só impressão minha ou há mais muçulmanos na Espanha? Toda vez que vou buscar minha filha na escola, há mais mulheres com os cabelos cobertos e as saias abaixadas até os calcanhares. No ano que vem, em vez de inglês, teremos que ensinar árabe”, afirmou.

Ainda no mesmo ano, a atriz utilizou a foto de uma família muçulmana para criticar a religião e seu suposto machismo. “O islamismo é maravilhoso, sem nenhum machismo. As mulheres são respeitadas e, quando são respeitadas, ficam com um pequeno buraco quadrado no rosto para que seus olhos e bocas possam ser vistos, mas somente se ela se comportar. Embora eles se vistam assim para seu próprio prazer. QUE HUMANIDADE PROFUNDAMENTE REPUGNANTE”, escreveu.

No ano seguinte, ela ampliou suas críticas às religiões, afirmando: “Estou farta do islamismo, cristianismo, catolicismo e de todas as crenças idiotas que violam os direitos humanos”.

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