Câmera de PM mostra resgate de passageiros em estação de metrô; Veja VÍDEO

Na última sexta-feira (24), uma enxurrada invadiu a estação de metrô Jardim São Paulo – Ayrton Senna, localizada na Zona Norte de São Paulo. Quatro policiais militares, com o auxílio de outros PMs, resgataram cerca de 20 passageiros que ficaram presos na estação, após a forte chuva alagar o local.

As imagens de uma câmera corporal de um dos policiais mostram o momento dramático, onde é possível ver passageiros agarrados a corrimãos e pendurados nas grades para escapar da correnteza. As informações são do g1.

De acordo com o soldado da PM, Alexandre Valério, que foi o primeiro a chegar ao local, a situação era desesperadora. “Quando cheguei lá, me deparei com a situação de várias pessoas. Dei preferência para retirar as pessoas de mais idade, retirei uma senhora, depois voltei e retirei outro senhor. Na terceira vez que retornei já estava bem cansado, e a água, bem mais forte. Aí foi quando decidi ligar 190 e pedi apoio”, relatou em vídeo divulgado pela PM.

Saiba como foi feito o resgate dos passageiros

Valério foi responsável por retirar uma criança que estava sendo levada pela enxurrada. “Pedi para ela se segurar em mim e consegui retirà-la da estação”, afirmou o policial. Outros PMs, como o cabo Galindo, também desempenharam um papel crucial no resgate, ajudando a formar uma corrente humana e retirando diversas pessoas de áreas mais afetadas pela água.

Bruno Marcolino de Farias e sua esposa, Mariana Miossi Martins, estavam na estação e testemunharam o pânico vivido pelos passageiros. “A enxurrada veio do nada e foi o que arrastou pessoas do lado. Ninguém esperava que ia vir um monte de água de uma vez”, contou Bruno. O casal passou mais de uma hora esperando a água baixar e chegou a temer pela vida. “Se viesse mais água, todo mundo morreria porque não tinha como se segurar.”

Ele relata ainda que as pessoas que não conseguiram se segurar nas grades ou no corrimão foram levadas pela correnteza. “A água só aumentava, só aumentava. Lá fora chuva forte, muito vento forte, e as placas do metrô caíram. Assustou bastante todo mundo.”

Passageiros criticam falta de suporte do Metrô

Além do desespero pela situação, Bruno também criticou a falta de suporte da empresa de metrô. “Percebemos que não havia plano para emergências como essa. Os funcionários sumiram, e a gente não teve nenhum suporte. A desgraça não aconteceu porque a chuva parou. Se a gente tivesse mais alguns minutinhos de chuva com certeza iria alagar aquilo tudo.”

Ele questiona também sobre os possíveis efeitos psicológicos da experiência. “Acho que [a prefeitura] tem que acompanhar essas pessoas, as crianças que ficaram em pânico também. Como é que vai ficar isso psicologicamente? Será que alguém pegou alguma doença, alguma infecção?”

Veja o que diz o Metrô e o prefeito de SP

Em nota, o Metrô de São Paulo informou que a Linha 1-Azul voltou a operar em toda sua extensão após a limpeza e reparos na estação. A companhia reforçou que o muro de acesso, que foi derrubado pela força da água, será reconstruído para evitar novas inundações. A Linha 1-Azul ficou paralisada por 55 horas devido ao temporal.

O prefeito Ricardo Nunes também comentou a situação em entrevista. “Num volume de água igual aquele [na estação São Paulo do Metrô], não adianta, você vai ter problema. É humanamente impossível conter, com a quantidade de água e aquele volume, no mesmo local em um espaço curto de tempo. Ali é um vale”, afirmou, reconhecendo a dificuldade em conter a força da água. Ele destacou que o plano para futuras situações seria trabalhar para melhorar o sistema de drenagem.

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