Extorsão e crime organizado: operação mira alvos no RJ e ES

Polícia Civil do Espírito SantoDivulgação

Policiais civis realizam uma operação na manhã desta quarta-feira (29) nos bairros de Vitória e da Serra, no Espírito Santo, em busca de criminosos envolvidos em um esquema de extorsão contra empresários e comerciantes. Os investigados exigem “pedágios” para permitir que serviços como internet, distribuição de gás e água sejam oferecidos dentro das comunidades. Há relatos até de ameaças a donos de supermercados. Segundo as informações confirmadas pelo Portal iG, em um ano os traficantes movimentaram R$ 43 milhões por meio de um sistema paralelo para lavagem de dinheiro.

Paralelamente, outra equipe atua em conjunto com forças de segurança do Rio de Janeiro para capturar criminosos foragidos do Espírito Santo que se escondem em comunidades cariocas, incluindo o Complexo da Maré. De lá, com apoio de traficantes do Rio, eles coordenam as extorsões no território capixaba.

Operação ocorreu na madrugada desta quartaReprodução X

A operação ocorre em diversas áreas dentro do Complexo da Maré, incluindo Baixa do Sapateiro, Conjunto Bento Ribeiro Dantas, Conjunto Esperança, Conjunto Pinheiros, Nova Maré, Salsa e Merengue, Timbau, Vila do João e Vila dos Pinheiros. Além das favelas, há alvos em outros pontos da cidade, como os bairros de Laranjeiras, Ramos e Campo Grande.

Nos dois estados, estão sendo cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão, além de bloqueios e indisponibilidade de bens pertencentes a lideranças e integrantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP). A operação também mira familiares dos criminosos e um empresário suspeito de envolvimento na lavagem de dinheiro.

No Espírito Santo, a “Operação Conexão Perdida” é coordenada pelo delegado Alan Moreno de Andrade, do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), enquanto no Rio está sob o comando do delegado Romualdo Gianordoli Neto, da Subsecretaria de Inteligência (Sei), ambos ligados à Secretaria da Segurança Pública (Sesp).

Entre os procurados no Espírito Santo estão a companheira de uma liderança do TCP e um empresário que colaborava com os traficantes, chegando a ordenar cortes nos fios de operadoras concorrentes. No Rio, os principais alvos são Bruno Gomes Faria, conhecido como Nono, condenado a 69 anos de prisão por assassinato e três tentativas, e Marcos Luiz Pereira Junior, o MK. Ambos estariam comandando as extorsões à distância por meio de videochamadas, áudios e mensagens, exigindo que os pagamentos fossem feitos via Pix em nome de pessoas de confiança.

Nono é irmão de Luan Gomes Faria, o Kamu, e Gabriel Gomes Faria, o Buti, conhecidos como os “irmãos Vera” em referência à mãe. Embora Kamu e Buti tenham sido presos no fim de 2023, os ataques a empresários e comerciantes continuaram. A investigação revelou que o grupo tentou criar uma provedora de internet clandestina para dominar o setor em bairros periféricos, usando os lucros para adquirir armas e munições. Como o plano não prosperou, a facção passou a extorquir empresários já estabelecidos na região.

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