Bolsas europeias recuam com IA chinesa pressionando setor de tecnologia

Os mercados europeus registraram queda nesta segunda-feira (27), acompanhando a retração global, especialmente no setor de tecnologia, após o lançamento de um modelo de inteligência artificial chinês de baixo custo e baixa demanda de energia.

A novidade gerou preocupações sobre os lucros de concorrentes e a necessidade de chips caros. O índice pan-europeu STOXX 600 recuava 0,6% às 6h41 (horário de Brasília), refletindo o movimento de baixa nas bolsas globais.

Futuros do Nasdaq, fortemente ligado à tecnologia, despencaram 3,1%.

A startup chinesa DeepSeek anunciou um assistente gratuito que utiliza chips de menor custo e consome menos dados, desafiando o consenso de mercado de que a demanda por IA impulsionaria toda a cadeia de suprimentos, desde fabricantes de chips até data centers.

A notícia impactou fortemente o índice de tecnologia europeu, que caiu 5,8%, caminhando para o pior desempenho diário desde 15 de outubro.

Entre os destaques negativos, a fabricante de equipamentos para chips ASML recuou 11,5%, atingindo o menor nível em nove semanas, enquanto a ASM International caiu mais de 15%.

A Siemens Energy, fornecedora de infraestrutura elétrica para IA, liderou as perdas do STOXX 600, com queda de 17,4%, seguida por Schneider Electric, que recuou 8,1%.

Fiona Cincotta, analista de mercado da City Index, afirmou: “A ideia de uma versão chinesa de IA de baixo custo não estava no radar, o que surpreendeu o mercado. Se surge um modelo de IA tão acessível, isso gera preocupações sobre os lucros dos concorrentes, especialmente considerando os investimentos já realizados em infraestrutura de IA mais cara.”

A venda generalizada de ações ocorre antes da divulgação de balanços de gigantes da tecnologia nos EUA, como Apple, Meta, Microsoft e Tesla, cujas avaliações infladas dependem de resultados sólidos no trimestre.

Além disso, investidores enfrentam uma semana turbulenta, marcada pela proximidade do prazo de 1º de fevereiro para novas tarifas comerciais impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e decisões de política monetária de bancos centrais ao redor do mundo.

O Banco Central Europeu (BCE) deve anunciar um corte de 0,25 ponto percentual, já precificado pelo mercado, enquanto o Federal Reserve dos EUA deve manter as taxas inalteradas.

Dados do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre para a zona do euro e a Alemanha, além de números de inflação de grandes economias europeias, completam a agenda econômica carregada da semana.

No entanto, houve notícias positivas. A confiança empresarial alemã surpreendentemente melhorou em janeiro, com uma avaliação mais otimista da situação econômica atual.

Entre outros destaques, a Ryanair avançou 4,8% após divulgar um lucro trimestral acima das expectativas. Já a Universal Music Group (UMG) subiu 5,2%, alcançando a maior alta em seis meses, após anunciar um novo acordo com a gigante de streaming Spotify.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Bolsas europeias recuam com IA chinesa pressionando setor de tecnologia no site CNN Brasil.

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