Oscar: Chefe da Sony conta estratégia para “Ainda Estou Aqui” ser indicado

Uma das grandes surpresas na manhã do anúncio das indicações ao Oscar 2025, na última quinta-feira (23), foi a inclusão de “Ainda Estou Aqui” na categoria de Melhor Filme.

Como destacou a Vanity Fair, a indicação parece ter surgido “do nada”, já que o filme não havia recebido indicações em outras premiações, exceto na categoria de Filme Internacional.

Em entrevista ao The Wrap, Michael Barker, 71, co-presidente da distribuidora do filme, Sony Pictures Classics, compartilhou a estratégia que possibilitou que o filme estrelado por Fernanda Torres fizesse história para o Brasil na premiação.

“Os membros da Academia sempre se inclinaram para trabalhos de alta qualidade”, disse Barker ao TheWrap. “Obviamente, sabíamos que este filme era de alta qualidade e sabíamos que, se conseguíssemos que o suficiente de membros da Academia o vissem, teríamos uma chance.”

Ele acrescentou: “Essa estratégia começou há muito tempo, e [o co-presidente Tom Bernard] e eu sempre afirmamos que, se o filme for realmente bom e se você começar cedo o suficiente, você pode entrar.”

“Tudo o que podemos fazer é fazer o maior número de membros da Academia verem o filme. Todos eles vão ver todos os filmes ‘A’, aqueles que têm mais estrelas e ganham mais atenção. Mas há muitos outros filmes que simplesmente não passam da seleção porque o suficiente de membros da Academia não os viram.”

De acordo com o site, a Sony Pictures adquiriu os direitos de “Ainda Estou Aqui” em maio de 2024, antes mesmo da conclusão do processo de pós-produção do filme.

“Quando começamos, começamos a trabalhar então em uma estratégia para fazer os membros da Academia verem o filme”, explicou Barker. “Fizemos isso com ‘Amor’ (2012), fizemos isso com ‘Me Chame Pelo Seu Nome’ (2017). Faz diferença quando você pode dar uma longa janela para o seu filme.”

De acordo com Barker, ele também percebeu uma diferença na recepção da produção de Walter Salles nos festivais e eventos em que foi exibida, como em Toronto, Nova York e no AFI.

“Foi uma ovação de pé imediata em todas as exibições, como aconteceu em todos os festivais e na AFI, entre outros”, disse ele. “Quando você recebe esse tipo de reação instantânea, sabe que algo especial está acontecendo. Foi uma emoção tão intensa. E, depois, começamos a ouvir de pessoas que assistiram ao filme na plataforma de exibição da Academia, compartilhando como a história as tocou profundamente.”

Ele continuou: “Sabíamos que o filme funcionava tanto na tela grande quanto na menor, mas sempre rende melhor nas salas de cinema. Por isso, planejamos as exibições desde o início, fazendo diversas sessões e esperando que algo assim acontecesse no momento do lançamento.”

“Estamos convencidos de que o público mais amplo vai abraçar este filme”, disse Barker. “Este filme é tão bom quanto qualquer thriller político em inglês com algo a dizer. E é óbvio que essas nomeações vão ajudar a levar o filme a um público mainstream. E quando um filme em língua estrangeira é indicado a Melhor Filme, de repente ele ganha um público que talvez não tivesse antes.”

Barker também ressaltou que a visibilidade do filme foi impulsionada pela vitória história de Fernanda Torres no Globo de Ouro, que aconteceu poucos dias antes do início da votação do Oscar.

“O discurso emocionado dela foi crucial para chamar a atenção para o filme”, disse Barker. “Sabíamos que, assim que as pessoas assistissem, passariam a apoiar.”

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Oscar: Chefe da Sony conta estratégia para “Ainda Estou Aqui” ser indicado no site CNN Brasil.

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