‘A gente não tem coragem de contar para o filho dele o que aconteceu’, diz prima de jardineiro morto na Penha em operação policial


Forças de segurança foram para os complexos do Alemão e da Penha. Carlos André Vasconcellos dos Santos
Arquivo pessoal
‘A gente não tem coragem de contar para o filho dele o que aconteceu. O menino de 5 anos acha que o pai está no trabalho’.
Essa fala é da vendedora Tatiana dos Santos, prima do jardineiro Carlos André Vasconcellos dos Santos, de 35 anos, baleado e morto nas proximidades do BRT da Penha, na manhã desta sexta-feira (24), durante uma operação policial nos Complexos da Penha e do Alemão. Ele tomava um café quando foi alvejado.
Morador de uma localidade conhecida como 4 Bicas, Carlos André acordou às 4h30 e, no momento que foi atingido nas costas, seguia para o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Horto, na Zona Sul, do Rio, para mais um dia de trabalho.
“Ele estava indo trabalhar. Era um pai maravilhoso, um superpai. Era trabalhador. Acordava todo dia às 4h30 e descia para pegar o ônibus e seguir para a Zona Sul. O filho dele de 5 anos ainda não sabe”, contou Tatiana.
Segundo a vendedora, a filha de 10 anos de Carlos André, que mora em outro estado, iria passar uns dias com o pai. Por sua vez, Carlos André estava cuidando da mulher que estava tratando uma suspeita de câncer de mama.
“A minha prima está devastada. Ela já está passando por um problema difícil [esperando o resultado de uma biópsia] e teve que tirar a mama. Agora, essa tragédia”, disse Tatiana.
A operação
As forças de segurança do RJ iniciaram uma grande operação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Há registros de intensos tiroteios desde o fim da madrugada.
Além de Carlos André, um PM também foi alvejado e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. O estado de Diogo Marinho Rodrigues Jordão, do Batalhão de Choque, era gravíssimo. Além deles, um jovem de 21 anos foi baleado dentro de casa e levado ao Getúlio Vargas. O quadro era estável.
A TV Globo apurou que pelo menos 500 agentes foram mobilizados. A PM concentrou esforços na Penha, e a Polícia Civil, no Alemão. O objetivo é conter o avanço de facções criminosas e combater o roubo de veículos e de cargas.
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