Envenenamento no Piauí: vítima volta a ser internada em UTI; IML investiga

Uma das vítimas de envenenamento no Piauí, Maria Jocilene da Silva foi novamente hospitalizada na quarta-feira (22) e encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba, litoral do estado. Nesta quinta-feira (23), a unidade de saúde informou à imprensa que a equipe médica trabalha em parceria com o Instituto de Medicina Legal (IML) para investigar a causa da internação de Maria, que ocorreu 20 dias após alta hospitalar.

Maria Jocilene é uma das nove pessoas que consumiram baião-de-dois (prato típico da região, feito com arroz e feijão) envenenado com uma substância tóxica similar ao “chumbinho”, em Parnaíba, no dia 1º de janeiro. Em nota, o hospital informou que a paciente está sob cuidados médicos intensivos e, embora seu quadro seja estável, ainda requer atenção.

A mulher havia recebido alta no dia seguinte ao caso, mas na última quarta-feira (22), enquanto visitava o local onde ocorreu o crime, passou mal e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A informação foi confirmada à CNN pela Coordenação do SAMU-PI também nesta quinta-feira (23).

Vítimas fatais

Morreu na noite da última terça-feira (21) Maria Gabriela da Silva, de 4 anos, que estava internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), na capital do Piauí, desde o dia 3 de janeiro. Ela foi transferida para a unidade de saúde após todos os membros de sua família consumirem o baião-de-dois envenenado.

Maria Gabriela foi a quinta vítima a morrer por complicações do envenenamento coletivo. Segundo a unidade de saúde, a menina passou mais de 20 dias internada na UTI pediátrica do HUT.

Além de Maria Gabriela (4 anos, filha de Francisca), o envenenamento matou também Manoel da Silva (18 anos, enteado de Francisco e irmão de Francisca), Igno Davi da Silva (1 ano e 8 meses, filho de Francisca), Maria Lauane (3 anos, filha de Francisca) e Francisca Maria (32 anos, enteada de Francisco e irmã de Manoel).

Padrasto é suspeito

Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, foi preso no dia 8 de janeiro em Parnaíba sob a suspeita de ser o responsável pelo envenenamento que matou cinco pessoas da própria família. A prisão preventiva foi decretada após a polícia apontar contradições nas versões dos depoimentos do suspeito e enxergar evidências de desprezo por parte dele em relação às vítimas.

Francisco vivia com a companheira, Maria dos Aflitos, e com os filhos dela, sendo que seis dos oito filhos de Maria residiam na casa onde ocorreu o crime. Segundo o delegado Abimael Silva, responsável pela investigação do caso, a casa onde ocorreu o crime é pequena e abrigava 11 pessoas, o que dificultava a convivência. O envenenamento ocorreu durante o almoço de 1º de janeiro, quando todos consumiram baião de dois contaminado com terbufós.


Após ingestão do prato, Francisco e oito pessoas da família foram levados a uma unidade de saúde da região. Inicialmente, suspeitou-se de que o envenenamento tivesse sido causado por peixes doados à família, mas exames descartaram a possibilidade. O laudo pericial confirmou que o veneno estava exclusivamente no baião-de-dois.

A polícia concluiu que Francisco seria possivelmente o responsável pelo crime, com base em contradições em seus depoimentos e um histórico de hostilidade, especialmente em relação à enteada Francisca Maria. Em seus depoimentos, ele demonstrou desprezo pelas vítimas, chegando a chamar os filhos de Francisca de “primatas” e fazer comentários depreciativos sobre a enteada.

Segundo a Polícia Civil, Francisco de Assis Pereira da Costa é, até o momento, o principal suspeito do crime. No entanto, o delegado Abimael Silva reforçou que a investigação continua em andamento, com um prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito policial, podendo ser prorrogado – mesmo prazo da prisão temporária de Francisco.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Envenenamento no Piauí: vítima volta a ser internada em UTI; IML investiga no site CNN Brasil.

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