“Gangues criminosas” podem atrapalhar ajuda humanitária em Gaza, diz fonte

O aumento da ajuda humanitária em Gaza para 600 caminhões por dia, conforme descrito na proposta do acordo de cessar-fogo e libertação de reféns entre Israel e o Hamas, seria “apenas o começo” para lidar com a crise humanitária em Gaza, de acordo com uma fonte da Organização das Nações Unidas (ONU).

As condições de segurança e as “gangues criminosas” podem impactar a capacidade das agências humanitárias de entregar ajuda no enclave, disse a Coordenadora Sênior Humanitária e de Reconstrução da ONU de auxílio à Gaza, Sigrid Kaag, à CNN nesta quinta-feira (16).

“Temo que nos primeiros dias após o anúncio formal e o início de um cessar-fogo, as condições de segurança no local, bem como nossa capacidade de entregar ajuda, possam ser impactadas”, compartilhou Kaag. “Mas isso não nos impede nem nos desencoraja”, acrescentou.

A funcionária da ONU destacou preocupações por acesso rápido, desimpedido e ininterrupto a Gaza.

“Isso significa a necessidade de um processo rápido, aprovações de visto para funcionários, verificação de diferentes tipos de bens, qualquer coisa que seja impedimento burocrático”, detalhou Kaag.

No mês passado, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU informou que apenas 2.205 caminhões de ajuda entraram em Gaza no mês de dezembro, ou cerca de 71 por dia.

O gabinete do governo de Israel deve se reunir nesta sexta-feira (17) para votar o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns para a Faixa de Gaza, segundo uma autoridade israelense.

A reunião acontecerá um dia depois do que estava inicialmente prevista para acontecer, depois que o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que obstáculos de última hora ainda estavam sendo resolvidos nas negociações em Doha.

Nesta quinta (16), após o adiamento da reunião em Israel, uma autoridade do Hamas afirmou que o grupo está comprometido com o acordo de cessar-fogo anunciado pelos mediadores.

Entenda o conflito na Faixa de Gaza

Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde 2023, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo mantém dezenas de reféns.

O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.

Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.

A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em “Gangues criminosas” podem atrapalhar ajuda humanitária em Gaza, diz fonte no site CNN Brasil.

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