Entenda por que a votação do cessar-fogo foi adiada em Israel

A resolução de cessar-fogo para a Faixa de Gaza e libertação gradual de reféns do Hamas e prisioneiros palestinos foi acordada na quarta-feira (15), após meses de negociações.

Porém, após o anúncio de aprovação, Israel anunciou o adiamento da votação que precisa ser feita no gabinete do país sobre o assunto, sob a acusação de que o Hamas estaria renegando partes do entendimento e fazendo mudanças de última hora.

Outro ponto relevante após o anúncio do entendimento com o Hamas é que integrantes importantes do governo de Israel ameaçaram retaliação caso o acordo completo fosse implementado.

O partido de Bezalel Smotrich, ministro das Finanças israelense, pontuou que Israel deve “retornar à guerra para destruir o Hamas e [garantir] o retorno de todos os reféns… imediatamente após a conclusão da primeira fase do acordo” para permanecer no governo.

Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional, ameaçou renunciar e pediu que Smotrich se juntasse a ele.

Nenhum dos partidos tem parlamentares suficientes para derrubar o governo sozinho, mas, juntos, ambos os ministros controlam 14 assentos na legislatura, o suficiente para derrubar a administração.

O líder da oposição Yair Lapid ofereceu ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu uma “rede de segurança” para proteger seu governo do colapso.

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (16), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que uma “ponta solta” no acordo está sendo resolvida, mas que acredita que o cessar-fogo será implementado no domingo (19), como previsto.

Hamas nega mudanças de última hora em acordo

Nesta quinta, após o adiamento da reunião em Israel, uma autoridade do Hamas afirmou que o grupo está comprometido com o acordo de cessar-fogo anunciado pelos mediadores.

“Em relação às alegações do gabinete do [primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu, confirmo que o Hamas está comprometido com o que foi acordado e com o acordo de cessar-fogo anunciado pelos mediadores”, declarou Izzat el-Reshiq.

“Nenhuma emenda foi adicionada. Espero que tais declarações do gabinete de Netanyahu não sejam uma tentativa de fugir de seu compromisso com o acordo de cessar-fogo”, acrescentou.

Votação em Israel acontecerá na sexta-feira (17)

Ainda nesta quinta, uma autoridade israelense informou que o gabinete do país deve se reunir nesta sexta-feira (17) de manhã para votar o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns.

A decisão de reunir o gabinete nesta sexta indica que essas questões pendentes foram resolvidas.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Entenda por que a votação do cessar-fogo foi adiada em Israel no site CNN Brasil.

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