“Nunca a favor de criminalizar oposição”, diz presidente do México sobre Venezuela

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, declarou nesta sexta-feira (10) que “nunca foi a favor da criminalização da oposição política”, em resposta às alegações sobre a prisão da líder da oposição venezuelana María Corina Machado.

A equipe da opositora venezuelana relatou a prisão e a libertação de Machado, o que o governo negou e classificou como uma “distração da mídia”.

Sheinbaum enfatizou a importância de obter informações precisas sobre o que aconteceu da própria María Corina e reiterou o respeito do México pela soberania nacional.

“Primeiro, precisamos ouvir atentamente as informações. Acredito que ela [Machado] dará uma entrevista coletiva hoje para explicar exatamente o que aconteceu. De qualquer forma, nunca fomos a favor de criminalizar a oposição política. Respeitamos claramente a soberania das nações”, destacou.

Ela confirmou o embaixador do México em Caracas como representante do país na posse de Nicolás Maduro.

Entenda a crise na Venezuela

A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.

Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.

A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora que foi impedida de se candidatar.

O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral.

O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.

O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.

Diversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos.

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