Poupança se recupera, e Caixa ganha fôlego para financiar moradias

O saldo do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) vem se recuperado e dá fôlego ao financiamento imobiliário promovido pela Caixa Econômica Federal (CEF), disseram dirigentes da instituição durante divulgação de resultados, em São Paulo, nesta quinta-feira (22).

Os financiamentos de moradias com recursos do SBPE pela CEF ficaram em R$ 327 bilhões no segundo trimestre deste ano – valor que é 11,7% superior ao registrado no mesmo momento do ano passado. A captação de recursos da poupança foi a R$ 374,5 bilhões, em alta de 6% no recorte anual.

Segundo dados do setor, o saldo do SBPE atingiu no final do primeiro semestre o maior patamar desde 2022, em R$ 725 bilhões. Somente em junho, a captação líquida foi de R$ 8,88 bilhões. Os financiamentos imobiliários com estes recursos somaram R$ 16,98 bilhões no mês, crescendo 28,3% em relação a junho de 2023.

Dirigentes da CEF e membros do governo federal vinham expressando publicamente preocupações quanto ao fôlego do crédito imobiliário do país. Segundo os quadros, o temor era de que este mercado, em sua configuração atual, poderia perder força já em 2025.

Este movimento seria resultado dos resgates recordes da carteira de poupança – uma das principais fonte de recursos para financiamentos imobiliários no país. Somente em 2023, o SBPE registrou um saque líquido no valor de R$ 72,3 bilhões.

O Banco Central define que instituiçoes financeiras devem destinar ao menos 65% dos recursos de poupanças para o financiamento de imóveis.

Uma das possíveis causas para a recuperação da poupança seria a mudança nas regras da Letra de Credito Imobiliária, implementada no começo do ano, que levou o prazo mínimo para o investimento de 90 dias para 12 meses. Isso pode ter gerado uma migração deste dinheiro para a poupança.

O presidente do Banco, Carlos Vieira, e vice-presidentes defendem a liberação de parte do compulsório de instituições e o desenvolvimento do mercado secundário de crédito imobiliário, especialmente a partir da Empresa Gestora de Ativos (Emgea), como caminhos para dar fôlego aos financiamentos de moradias.

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