A artista visual Cristina Wolff apresenta na Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti, em Florianópolis, a exposição “Campos Sutis: Aproximações”. Com curadoria de Denilson Antonio, a mostra apresenta 16 pinturas. A entrada é gratuita.
A exposição, que é um diário visual dos 12 anos que a artista convive com a bipolaridade, faz um mergulho na relação entre transtorno bipolar, espiritualidade e criação artística e apresenta em telas vibrantes de tinta acrílica, água e glitter, experiências psicóticas e visões extra-sensoriais.
Nas telas, Cristina utiliza um processo único: dilui tinta acrílica em água, criando padrões orgânicos, e sobrepõe glitter como partículas flutuantes que se transformam durante a secagem. O resultado são composições que remetem a galáxias, microcosmos e campos energéticos, capturando a dualidade entre êxtase e tormento.
“Meu trabalho é uma investigação autobiográfica das narrativas extra-sensoriais vividas em episódios bipolares”, explica a artista, que ressignifica o glitter como ‘poeira cósmica’ – material efêmero que reflete a fugacidade de suas visões de fadas, luzes e reinos sutis.
Ainda segundo a artista, a exposição explora a fronteira entre o visível e o invisível e as pinturas funcionam como oráculos, registrando energias do momento em texturas brilhantes e manchas fluidas. “A água, símbolo das emoções, e o glitter, metáfora do efêmero, revelam um universo onde o caos poético coexiste com a precisão técnica. Influências como Bispo do Rosário, Sara Ramos e Yayoi Kusama ecoam na abordagem que valoriza o intuitivo, o transcendental e o diálogo com o inconsciente”, completa a artista.
A Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti fica na Praça XV de Novembro, 180, no Centro de Florianópolis. A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h até o dia 13 de junho de 2025.
Sobre a artista
Natural do Rio de Janeiro e graduada em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Cristina Wolff transformou um episódio psicótico em 2010 – que a deixou inconsciente por 15 dias – em combustível para sua arte. Suas obras, já expostas em São Paulo e Santa Catarina, são tentativas de decifrar fenômenos metafísicos e compartilhar o ‘encantamento do efêmero’.
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