
Bianca Duarte Franco, de 24 anos, foi presa em Cabo Frio na última sexta-feira (2) e era responsável, segundo a polícia por “cadastrar” novos traficantes para a facção criminosa. Apontada como ‘RH do CV’ se orgulhava de ser ‘bandida’ nas redes
Presa na última sexta-feira (2), Bianca Duarte Franco, de 24 anos, conhecida como Ayna, foi apontada pela Polícia Civil do Pará como gerente de Recursos Humanos (RH) do Comando Vermelho no estado. A jovem seria responsável por fazer uma espécie de recrutamento de novos traficantes para a organização criminosa.
Para isso, de acordo com delegado Gustavo Fossati, da Delegacia de Repressão a Facções Criminosas da Polícia Civil do Pará, responsável pelo caso, ela usava métodos específicos. “Era responsável por pegar todos os dados, tirar foto, ver se ele (o traficante) tem algum contra de algum superior na organização criminosa. E aí, estando tudo ok, ela pega e faz esse formulário dele”, explicou.
Bianca Duarte Franco, de 24 anos, chegou a postar fotos armadas de pistola.
Reprodução redes sociais
Natural do Maranhão, Bianca operava no Pará, segundo investigações. Nas redes sociais, a jovem costumava postar fotos e vídeos com armas em favelas do Rio de Janeiro. Em um vídeo gravado no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio, ela aparece dançando com um fuzil na mão.
Entre as imagens que chamaram atenção dos policiais, Bianca aparece com arma no ombro, na cintura e até um fuzil em uma bandoleira. Em outra imagem, é possível ver que ela está em uma pedra, provavelmente em uma região de mata, de colete e balaclava. Dois fuzis também aparecem na foto. Após uma de suas publicações nas suas redes, Bianca recebeu uma mensagem dizendo que a polícia do Pará estava atrás dela. A resposta foi imediata: “O mundo é dos espertos”.
Bianca Duarte Franco, de 24 anos, foi presa na última sexta-feira (2).
Reprodução
Os métodos da facção criminosa apontam, segundo o delegado, para uma mudança no modo de trabalho. “Aqui no Rio de Janeiro, a gente costuma tratar os integrantes do Comando Vermelho como traficante, né? Na verdade, eu acho que isso já foi tempo, já passou. Hoje o Comando Vermelho busca o domínio territorial e o domínio territorial vai muito além do tráfico de drogas”, diz Fossati.
“Ele (o CV) busca, principalmente, hoje, a extorsão a comerciantes. No Pará, nós temos um grave problema com esses faccionários do Comando Vermelho. Aqui no Rio de Janeiro, também, isso já é antigo, com essa extorsão a comerciantes, cobrando taxas do crime, né? Taxas altíssimas para que eles possam desenvolver suas atividades econômicas e isso vem causando um problema nacional”, continua o investigador.