Vídeo de aluno autista sendo agredido em escola de Jales repercute

Um vídeo que há vários dias começou a circular nas redes sociais, inicialmente na última quarta-feira, 23 de abril, gerou grande revolta e comoção em Jales e região. As imagens, capturadas por câmeras de segurança da Escola Municipal Professora Elza Pirro Viana, mostram um inspetor agredindo um aluno de 7 anos com diagnóstico de autismo nível II no pátio da escola durante o período da tarde. As informações são do Jornal Noroeste.

Nas cenas, o funcionário se aproxima do menino, que estaria em crise sensorial. Em vez de acolher a criança, o inspetor a empurra com força, fica face a face e desfere uma cabeçada na cabeça do aluno. Outras crianças e uma cuidadora estavam presentes no momento, mas o vídeo não mostra a intervenção de outros servidores.

A gravação se espalhou rapidamente, provocando forte reação da comunidade. A mãe do aluno publicou um vídeo (veja abaixo) expressando sua indignação com o ocorrido. Em resposta, mães de outros alunos estão organizando um protesto em frente à escola para manifestar repúdio e exigir providências urgentes, incluindo o afastamento do inspetor.

Em entrevista à imprensa, a mãe do menino, visivelmente consternada, declarou: “Meu filho não é violento. Ele estava em crise, e qualquer profissional minimamente treinado saberia como agir. Isso não é apenas violência física, é negligência institucional”.

A Prefeitura de Jales, por meio de nota oficial, informou que o funcionário foi afastado preventivamente de suas funções. A Secretaria Municipal de Educação abriu uma sindicância interna para apurar os fatos detalhadamente. O caso também será investigado pela Polícia Civil. Até o momento, o inspetor envolvido não se pronunciou publicamente sobre o incidente.

Especialistas em educação e direitos das pessoas com deficiência destacam que o episódio evidencia a carência de preparo de muitos profissionais para lidar com estudantes autistas no ambiente escolar. Uma pedagoga consultada pela reportagem afirmou: “Infelizmente, essa situação não é isolada. É urgente investir em capacitação, formação continuada e políticas públicas que garantam a segurança e o bem-estar dos alunos com deficiência”.

O incidente também reforça a discussão sobre a necessidade de profissionais de apoio especializados para alunos com deficiência em todas as instituições de ensino públicas do país, conforme previsto na Lei Brasileira de Inclusão.

Enquanto as investigações prosseguem, a família do aluno recebe suporte psicológico e jurídico. Movimentos sociais da região prometem manter a mobilização até que o caso seja completamente esclarecido e as medidas cabíveis sejam tomadas.

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