Galípolo: BC busca garantir que aperto monetário aproxime inflação da meta

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (28) que busca ter confiança de que o aperto monetário está contribuindo para a convergência da inflação, mas ressaltou que o processo exige cautela.

Durante a participação no J. Safra Macro Day, em São Paulo, Galípolo destacou que o BC acompanha a transmissão da política monetária pelos canais tradicionais, reconhecendo que o impacto ocorre de forma gradual, em diferentes setores da economia.

“A gente segue na mesma linha do que vinha comunicando desde dezembro, não só desde janeiro. Entendemos que fizemos um esforço grande de avançar para um terreno contracionista com alguma segurança, independente da taxa neutra”, disse.

Desde setembro do ano passado, o BC iniciou um ciclo de altas da Selic. Na época, Galípolo era o diretor de Política Monetária e o presidente da autarquia era Roberto Campos Neto.

O indicador estava em 10,5% ao ano e o Comitê de Política Monetária (Copom), elevou 0,25 ponto percentual. Nas reuniões seguintes os números foram subindo até o último encontro que colocou em 14,25% a taxa básica de juros da economia.

A ata publicada da última reunião de março já sinalizou que haverá mais um ajuste no próximo encontro, marcado para 7 de maio.

“É lógico que estamos no processo de mensurar se o nível contracionista é o necessário, mas fizemos esse movimento sabendo das defasagens, antecipando bastante aquilo que estava na curva. Agora precisamos medir e receber informações dos dados, de maneira que possamos reunir confiança de que a inflação está convergindo e que a política monetária está produzindo os efeitos desejados”, declarou.

Galípolo lembrou que, no passado, ao chegar à instituição, alguns indicadores já sinalizavam um processo de desaceleração com inflação mais comportada, que depois se reverteu. Por isso, reforçou, o importante é “reunir dados em diversidade e quantidade suficiente” para embasar a avaliação do cenário.

“Não existe uma única variável”, disse, ao comentar que o Banco Central reúne o máximo possível de sinais para construir confiança de que a política adotada está surtindo efeito.

Ele afirmou ainda que o momento atual demanda observar “os processos naturais, esperados e lógicos” da política monetária, reforçando que a desaceleração da atividade e a queda da inflação ocorrem em etapas.

Apesar da elevada volatilidade dos preços de mercado nos últimos dias, o presidente do BC avaliou que “o tempo foi favorável” à comunicação oficial do Copom, com sinais de que as expectativas começaram a responder.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Galípolo: BC busca garantir que aperto monetário aproxime inflação da meta no site CNN Brasil.

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