Donald Trump surpreendeu o mundo ao anunciar uma lista de produtos isentos da última rodada de tarifas sobre importações. Entre os itens beneficiados estão smartphones, computadores e outros produtos de tecnologia, majoritariamente montados na China.
Empresas como Apple, Nvidia, Dell e HP foram favorecidas pela medida, que as isenta de pagar 145% de tarifas sobre produtos vindos da China. Agora, esses itens estarão sujeitos apenas à taxa inicial de 20% anunciada em março como retaliação ao tráfico de fentanil pela China.
As exceções abrangem um montante de US$ 385 bilhões em importações, representando cerca de 12% do total dos Estados Unidos. Desse valor, US$ 100 bilhões correspondem a 23% das importações vindas da China em 2024.
Howard Lutnick, secretário de Comércio americano, esclareceu que as novas tarifas reduzidas para smartphones e computadores são temporárias. Esses produtos serão incluídos no setor de semicondutores em um ou dois meses, quando esse setor for regulado.
O recuo de Trump em relação às empresas de tecnologia surpreendeu a China, que não perdeu a oportunidade de comentar sobre o assunto. O país asiático declarou que essa ação representa um pequeno passo dos Estados Unidos para corrigir sua “ação equivocada das tarifas recíprocas unilaterais”.
Trump, por sua vez, utilizou sua plataforma de mídia social para afirmar que ninguém está livre de riscos e que está analisando semicondutores e toda a cadeia de suprimentos eletrônicos dos Estados Unidos. Ele prometeu que o país não será “refém de nações hostis como a China”.
Argentina flexibiliza controle cambial
Na Argentina, o ministro da Economia, Luiz Caputo, anunciou o fim do limite para que pessoas físicas comprem dólares pela cotação oficial. A moeda americana passará a flutuar dentro de uma banda com piso de mil pesos e teto de 1.400 pesos argentinos.
As empresas também poderão transferir dividendos para o exterior sem limites neste ano, e a banda do dólar oficial será ajustada a uma taxa de 1% ao mês.
Esse relaxamento do controle cambial, conhecido como CEPO e em vigor desde 2019, foi uma exigência do FMI para liberar um empréstimo de US$ 20 bilhões para o país.
Inicialmente, os investidores reagiram positivamente à medida, com o índice MSCI Argentina listado em Nova York subindo mais de 5% na sexta-feira à noite.
No entanto, analistas preveem uma desvalorização inicial do peso argentino entre 20% e 25%, levantando questionamentos sobre um possível choque inflacionário no segundo trimestre.
A primeira parcela do empréstimo do FMI, no valor de US$ 12 bilhões, será liberada hoje para a Argentina. Resta saber se esse montante será suficiente para estabilizar a situação econômica do país no curto prazo.
Tarifas “recíprocas” de Trump não são o que parecem; entenda
Este conteúdo foi originalmente publicado em BDM: Trump recua em tarifas para techs no site CNN Brasil.