Saiba o que é e para que serve a bolsa de colostomia definitiva de Preta Gil

Após um período sem aparecer nas redes sociais, Preta Gil, aos 50 anos, compartilhou atualizações sobre sua saúde com seus seguidores na noite deste domingo (26). A cantora, que passou por uma cirurgia de 21 horas para a remoção de tumores em dezembro do ano anterior, explicou que agora está com uma bolsa de colostomia permanente. Esse dispositivo é utilizado para a eliminação de fezes e foi uma parte do tratamento contra o câncer intestinal ao qual ela se submeteu em 2023.

“Estou me acostumando com a minha bolsinha de colostomia. Sim, eu tive que colocar um pouco uma bolsa de colostomia. Dessa vez definitiva e não provisória como foi a do ano passado. Dessa vez eu vou ficar para sempre com essa bolsinha e sou muito grata a ela por isso. Estou me acostumando”, revelou.

O que é uma colostomia?

De acordo com o Instituto Vencer o Câncer e Maria Angela Boccara de Paula, enfermeira especializada em estomaterapia com mais de 30 anos de experiência, a colostomia é um procedimento cirúrgico que cria uma abertura entre o cólon e a parte externa do corpo.

“Trata-se de uma solução cirúrgica para tratar condições de saúde como câncer no intestino, especialmente no reto inferior. Porém, também pode ser necessária em outros casos, como doenças inflamatórias intestinais, diverticulite ou megacólon. Às vezes, ela é indicada após traumas graves que exigem a criação de uma comunicação entre o intestino e o meio externo, seja temporária ou permanente”, explica a especialista do Instituto Vencer o Câncer.

A enfermeira também destacou que a maioria das pessoas com colostomia precisa utilizar um coletor para armazenar o efluente intestinal. “Hoje, existem diversos tipos de materiais que são seguros e confortáveis, quando recomendados pelos profissionais. O avanço da tecnologia trouxe muitas opções eficientes e acessíveis”, afirma Maria Angela.

Quando é necessária a bolsa de colostomia definitiva?

De acordo com Mauro Donadio, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, a necessidade de uma colostomia pode variar de acordo com o tipo e o estágio do câncer de cada paciente. “A colostomia é uma técnica que permite a exteriorização do intestino grosso, com o objetivo de possibilitar a eliminação das fezes para uma bolsa coletora”, esclarece.

A colostomia definitiva pode ser revertida?

A colostomia pode ser temporária ou definitiva, dependendo do caso do paciente. “Quando é temporária, ela é utilizada para proteger a área afetada até que o paciente possa recuperar a função intestinal. A colostomia definitiva, por outro lado, é permanente, quando não é possível realizar a reconstrução do trânsito intestinal”, explica Donadio.

Impactos da bolsa definitiva na saúde emocional

Segundo o oncologista, pacientes com colostomia precisam de um acompanhamento contínuo de uma equipe multidisciplinar, que inclui médicos, enfermeiros e profissionais de apoio psicológico. Isso garante que o paciente tenha o melhor suporte possível em todos os aspectos do tratamento.

“É essencial que o paciente tenha todo o suporte necessário, desde a adaptação inicial à vida com a colostomia até a continuidade do cuidado durante o tratamento. A assistência emocional é um pilar importante para garantir que a pessoa se sinta bem e confiante”, afirma o especialista.

Dúvidas comuns sobre a colostomia

Maria Angela Boccara de Paula esclareceu algumas dúvidas frequentes sobre o uso da colostomia. Uma das principais é se os produtos disponíveis no mercado são eficazes. “Os materiais atualmente disponíveis para o cuidado de pessoas com estomia são bastante avançados e oferecem conforto e segurança”, afirma.

Além disso, a especialista ressaltou que os pacientes têm direito ao fornecimento desses materiais através do Sistema Único de Saúde (SUS), que garante a distribuição de equipamentos. “Também é possível obter os produtos por meio dos planos de saúde, conforme regulado pela ANS”, completou.

Outra dúvida recorrente é sobre a reversibilidade da colostomia. “Depende do motivo que levou à criação da estomia. A colostomia pode ser reversível em alguns casos, mas quando a condição do paciente exige, ela pode ser permanente”, explicou a especialista.

“É possível retomar a vida normal, incluindo o trabalho, após um período de adaptação. Com o tempo, o paciente pode seguir com suas atividades diárias normalmente, embora seja necessário ajustar certas rotinas, especialmente se envolverem grandes esforços físicos”, afirma Maria Angela.

No que diz respeito à prática de atividades físicas, a especialista também recomenda a retomada das práticas assim que o médico liberar o paciente. “Exercícios são fundamentais para o bem-estar físico e emocional. Um acompanhamento com profissionais especializados é sempre indicado”, conclui.

Por fim, a especialista abordou questões sobre a vida sexual de pessoas com colostomia. “A maioria das pessoas não apresenta dificuldades físicas para retomar a vida sexual, mas é importante que haja diálogo com o parceiro para garantir o conforto e a confiança de ambos. Há medidas simples, como trocar a bolsa antes do ato sexual, que podem ajudar”, conclui.

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