Rafael Nadal viveu um dos momentos mais emocionantes de sua carreira neste domingo (25), em Roland Garros, ao ser homenageado com uma placa no lendário Court Philippe Chatrier.
O espanhol, dono de 14 títulos no do Grand Slam francês, foi ovacionado por milhares de fãs e teve ao seu lado não apenas a nova geração do tênis — representada por Carlos Alcaraz e Iga Swiatek, campeões em 2024 — mas também três dos maiores rivais de sua trajetória: Roger Federer, Novak Djokovic e Andy Murray.
O público vestia camisetas vermelhas estampadas com a mensagem “Merci Rafa”, agradecendo ao espanhol pelos anos de espetáculo no saibro parisiense.
O ponto alto da noite foi a entrada de Federer, Djokovic e Murray na quadra, arrancando aplausos ensurdecedores e dividindo risadas e memórias com Nadal, visivelmente emocionado após assistir a um vídeo com seus maiores momentos no torneio.
Em entrevista coletiva após a cerimônia, Rafael Nadal revelou que não sabia ao certo se os rivais conseguiriam estar presentes, mas suspeitava que algo especial estava sendo preparado.
“Os compromissos das pessoas nem sempre permitem, mas eles sabiam que tornariam esse dia muito especial”, afirmou. “Novak já está aqui jogando, então era mais fácil. Mas Andy e Roger virem significou muito para mim, porque eles representam uma parte muito importante da minha carreira. De certa forma, nos empurramos até o limite. Essa é a verdade”.
O espanhol ressaltou que a rivalidade entre os quatro marcou época no tênis mundial.
“Quando há apenas dois, às vezes você perde um pouco da motivação se o outro começa a perder ou se machuca. Aqui, não precisávamos imaginar, porque sempre um dos quatro estava ganhando o torneio. Realizamos nossos sonhos, e provavelmente foi por causa desse tipo de rivalidade que elevamos os números e a história do tênis a outro nível. Isso ajuda a próxima geração a tentar superar esses feitos. Tenho certeza de que isso vai acontecer”.
Nadal, que encerrou oficialmente sua carreira após defender a Espanha na Copa Davis em novembro passado, expressou profunda gratidão por ter seu nome eternizado na principal quadra de Roland Garros.
“Nunca pensei em me tornar um dos melhores jogadores de todos os tempos ou em ganhar Grand Slams. Minha preocupação sempre foi tentar melhorar a cada dia”, disse.
Ele destacou que sua trajetória foi construída aos poucos, justamente porque jamais se considerou invencível.
“Claro que os números são incríveis, mas eu nunca me considerei alguém especial. Não estou tentando ser humilde. É claro que meus resultados estão aí, mas toda vez que eu entrava em quadra, sentia que poderia perder. Nunca perdi essa sensação ao longo dos anos. Isso provavelmente me ajudou”.
(Reportagem de Shrivathsa Sridhar em Paris, edição de Toby Davis)