O Festival de Cannes encerrou-se com um sabor especial para o cinema brasileiro. Wagner Moura foi laureado como Melhor Ator, enquanto Kleber Mendonça Filho recebeu o prêmio de Melhor Direção, marcando uma noite histórica para a produção nacional.
Segundo a crítica de cinema Flávia Guerra, que acompanhou a premiação na cidade francesa, o júri do festival deste ano demonstrou uma clara preferência por obras com forte teor político e que abordam o conceito de liberdade. “O júri de Cannes esse ano colocou esse statement, essa declaração de que o cinema também é um ato sociocultural. Não é político no sentido de partido, mas é político no sentido de se colocar no mundo e defender a liberdade de criação e de se contar histórias”, explicou Guerra.
Premiação justa e diversificada
A crítica de cinema destacou a justiça da premiação, ressaltando a trajetória de Kleber Mendonça Filho: “É bonito ver o Kleber vir construindo uma carreira que começou como crítico, aí passou por um filme sobre a crítica, passou por ‘O Som ao Redor’, ‘Aquarius’, ‘Retratos Fantasmas’, ‘Bacurau’, que foi premiado aqui, ganhou o prêmio do júri e agora esse prêmio é muito lindo de direção”.
Entre os filmes premiados, destaca-se a Palma de Ouro para obra do diretor iraniano Jafar Panahi, “It Was Just an Accident”, que aborda temas sensíveis como tortura e liberdade individual. O filme conta a história de um grupo de ex-prisioneiros que reconhecem o passo de seu antigo torturador, levantando questões éticas e morais profundas.
“O Agente Secreto“, filme brasileiro premiado, também foi elogiado por sua abordagem sobre questões éticas e de liberdade individual, alinhando-se com a temática geral celebrada pelo júri nesta edição do festival.
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