Atualmente, a oficina conta com 7 turmas. Cada uma delas tem como missão apresentar uma peça de fim de curso. Uma iniciativa em Guadalupe, na Zona Norte do Rio de Janeiro, integra alunos neurodivergentes em cursos de teatro. As aulas, que são oferecidas na unidade do projeto Embaixada Carioca, ajudam essas crianças a adquirir confiança e melhorar a sociabilidade.
Atualmente, a oficina conta com 7 turmas. Cada uma delas tem como missão apresentar uma peça de fim de curso.
A digitadora Valesca Cruz Gonçalves, que é moradora do bairro há 50 anos e mãe do Tércio, de 8 anos, conta que as aulas ajudaram o menino, diagnosticado com TDAH e dislexia.
“Ele tem se desenvolvido muito bem. A própria escola, que é aqui atrás, me disse que ele melhorou consideravelmente. Ele não conseguia montar as palavras e, com o auxílio do teatro, fez com que ele se desenvolvesse e se desinibisse mais. Ele passou a ficar menos tímido, brinca mais, interage mais com as crianças”, disse Valesca.
Tércio Afif Gonçalves Fernando integra o elenco de “O Mágico de Oz”. Ele sonha em ser pintor e resume os benefícios que obtém com as aulas. “Algo que me ajuda”, contou a criança.
Valesca é mãe de Tércio, aluno da oficina de teatro da Embaixada Carioca de Guadalupe
Carlayle André/ TV Globo
O ator e professor de teatro Igor Aldino, responsável pelo projeto, fala sobre a importância da integração no desenvolvimento da tolerância e de habilidades sociais nos pequenos.
“A gente preza muito pela diversidade e inclusão e acredita muito que o teatro é um lugar sem barreiras, sem fronteiras. Através do teatro, eu consigo trabalhar e alcançar horizontes que a gente quase não imagina que possa alcançar. E eu acho isso importante para a criança, sendo ela neuroatípica ou não. Levar ela ao conhecimento de que ela pode ser o que ela quiser”, destacou o professor Igor.
Além das aulas de teatro, a unidade da Embaixada Carioca oferece outros serviços. “Nós temos orientador jurídico, nosso psicólogo, assistente social, reforço, psicopedagogo, neuropedagogo, temos funcional, que é o esporte com futebol, natação, hidroginástica. Temos a parte da cultura, que é o teatro. E temos empreendedorismo”, listou Cristina Marinho, coordenadora da Embaixada Carioca de Guadalupe.
A Embaixada Carioca de Guadalupe oferece aulas de teatro para crianças e adolescentes
Carlayle André/ TV Globo
As aulas de teatro beneficiam a todos. A cuidadora de crianças Luana Brasiliense de Lima é mãe de 2 alunos e conta que a ansiedade diminuiu e a capacidade de comunicação melhorou.
“O Pablo era travado. Você o mandava falar um recado, ele não ia, ele falava: ‘Vai você, mãe’. E agora não, ele está mais solto, ele fala, interage mais. Trouxe muito benefício para o meu filho, muito mesmo”, disse Luana.
Pablo Davi Brasiliense Lima da Silva, de 11 anos, sonha em ser bombeiro. Ele vai interpretar o leão de “O Mágico de Oz”.
“É muito divertido, mas tem que prestar atenção para saber o que você tem que fazer na aula de teatro”, afirmou Pablo.
Luana é mãe de Pablo e Bernardo, alunos da oficina de teatro da Embaixada Carioca de Guadalupe
Carlayle André/ TV Globo
Bernardo Lucas Brasiliense Lima da Silva, de 8 anos, quer ser bombeiro como o irmão mais velho. Ele resume a experiência. “Gosto das peças, da atividade, gosto de brincar”, disse Bernardo.
O professor ressalta que a finalidade, antes de atores, é formar cidadãos.
“Muitos que vão sair daqui que, se não forem atores ou atrizes, vão ser ótimas pessoas. Isso eu tenho plena certeza”, completou Igor.
Crianças na oficina de teatro da Embaixada Carioca de Guadalupe, na Zona Norte do Rio
Carlayle André/ TV Globo
