Homem quase perde o pênis após uso de PMMA para aumentar órgão

Em abril deste ano, um homem precisou passar por uma cirurgia reconstrutiva no pênis após passr por complicações causadas por preenchimentos com PMMA, realizados ao longo de quase duas décadas. O caso chama atenção para os riscos da chamada “harmonização peniana”, prática estética que está em alta nas redes sociais, apesar da falta de regulamentação específica e respaldo científico consolidado. As informações são da BBC.

O homem, que pediu anonimato, contou que fez a primeira aplicação do produto em 2005, após ver anúncios em jornais e revistas que prometiam o aumento peniano. A intervenção ocorreu em uma clínica clandestina em São Paulo. “Nem sabia se o profissional que me atendeu era médico”, relatou.

O PMMA, ou polimetilmetacrilato, é um tipo de acrílico de uso permanente no organismo e é muito utilizado em procedimentos estéticos. Jorge ficou satisfeito com o resultado inicial, o que o levou a repetir o procedimento em 2015, no Distrito Federal, e novamente em 2018, com o acompanhamento de dois médicos. Nesta última aplicação, o produto também foi injetado na bolsa escrotal.

Dois anos após a terceira aplicação, Jorge começou a sofrer com inflamações recorrentes, dor intensa e inchaço. “Os médicos precisavam fazer aplicações de corticoides direto na minha bolsa escrotal”, contou. Com o avanço das complicações, surgiram feridas, e exames apontaram sobrecarga nos rins devido ao uso contínuo de anti-inflamatórios.

Diante do agravamento do quadro, ele foi submetido a duas cirurgias realizadas pelo urologista Ubirajara Barroso Jr., professor da Universidade Federal da Bahia. A primeira intervenção ocorreu em 2024, para a remoção do PMMA da bolsa escrotal. Já a segunda, em abril de 2025, foi focada na reconstrução das áreas do pênis afetadas pelas lesões. Um mês após o procedimento, Jorge relatou melhora e alívio: “Agora estou me sentindo bem e consegui recuperar parte da autoestima.”

Apesar do trauma, o homem reconhece que não buscou orientação médica adequada nas primeiras tentativas. “Em nenhuma das três ocasiões eu sequer conversei com minha esposa. Pelo contrário, ela sempre se colocou muito satisfeita e disse que não precisava disso”, lamenta. “Mas o homem tem essa vaidade, essa coisa imbecil e estúpida.”

Especialistas afirmam que procedimentos como os realizados por Jorge têm se tornado mais frequentes, embora não existam dados oficiais sobre o número de intervenções desse tipo no Brasil. Termos como “harmonização peniana” são amplamente divulgados na internet, promovendo técnicas que prometem aumentar o calibre ou o comprimento do pênis, sem a devida comprovação científica sobre sua segurança ou eficácia a longo prazo.

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