Mais de 800 unidades de saúde são afetadas por violência no RJ

Chefe do TCP é morto em operação na MaréReprodução

A violência no Rio de Janeiro segue impondo uma rotina de incertezas a quem depende do atendimento básico de saúde. Nos três primeiros meses deste ano, 853 unidades de Atenção Primária foram impactadas por confrontos ou ações criminosas, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.

Dessas, 263 chegaram a fechar as portas completamente por falta de segurança. Outras 590 tiveram o funcionamento parcial interrompido. O cenário é de paralisações quase diárias: em média, nove unidades precisaram alterar a rotina por dia útil entre janeiro e março.

Na última terça-feira (13), por exemplo, quatro postos de saúde no Complexo da Maré suspenderam as atividades por conta de uma operação do Bope que terminou com a morte de Thiago da Silva Folly, o TH da Maré, apontado como chefe do Terceiro Comando Puro.

A violência também respingou nas escolas. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 300 unidades foram afetadas no mesmo período. Só na ação policial na Maré, 45 escolas precisaram interromper as aulas.

Levantamento do Instituto Fogo Cruzado revela que, nos últimos dois meses, 373 tiroteios foram registrados na capital. Quase metade (159) ocorreu durante operações policiais. Houve 96 confrontos com mortes, totalizando 120 civis e nove agentes de segurança mortos.

A Secretaria de Segurança Pública do estado afirma que as paralisações em serviços públicos não são consequência direta das operações policiais, mas sim de ações criminosas que colocam moradores e funcionários em risco.

A pasta defende que todas as ações das forças de segurança são planejadas para preservar vidas e garantir o funcionamento dos serviços essenciais.

Apesar da instabilidade, os dados da secretaria apontam para uma queda em alguns indicadores de criminalidade. Em março, o roubo de veículos caiu 38%, atingindo o menor número desde 1991. Também houve queda de 2,3% nos roubos de carga e de 3,2% nos homicídios dolosos.

No trimestre, as forças de segurança somaram mais de 11 mil prisões em flagrante, além de três mil mandados de prisão cumpridos. Também foram apreendidos 189 fuzis e removidas mais de 1.600 barricadas montadas por traficantes, principalmente em áreas próximas a escolas e postos de saúde. O material retirado soma quase duas mil toneladas.

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