Ártico deve passar por mudanças catastróficas até o fim deste século

Em 2024, a média da temperatura global superou a marca de 1,5 graus Celsius a mais que a do período pré-industrial. Essa notícia é alarmante, e cientistas preveem que, em 2.100, lugares como o Ártico devem ficar irreconhecíveis.

Um artigo publicado na revista Science o início de 2025 traz mais detalhes sobre as mudanças que devem acontecer na região. O artigo “Disappearing landscapes: The Arctic at +2.7°C global warming”, conduzido por Julienne Stroeve, pesquisadora do National Snow and Ice Data Center (NSIDC) Centre for Earth Observation Science, da Universidade de Manitoba, no Canadá, mostra como o Ártico reage de forma única ao aquecimento global.

Para começar, o polo norte aquece em um ritmo quatro vezes maior que o do resto do planeta. Projeta-se que ao final deste século, a temperatura na região deve ser cerca de 2,7°C da média do período pré-industrial.

“Com um aumento de 2,7 graus Celsius na temperatura global, veremos impactos mais extremos e em cascata nesta região do que em outras, incluindo verões no Ártico sem gelo marinho, derretimento acelerado da camada de gelo da Groenlândia, perda generalizada de permafrost (solo rico da região) e temperaturas do ar mais extremas. Essas mudanças devastarão a infraestrutura, os ecossistemas, as comunidades vulneráveis e a vida selvagem”, afirma a cientista.

Os cientistas usaram como base para o artigo o documento Sixth Assessment Report of the United Nations Intergovernmental Panel on Climate Change. Eles então atualizaram o relatório com novas informações referentes ao Círculo Ártico.

Segundo as pesquisas, sob 2,7°C de aquecimento, a região ártica deve sofrer os seguintes efeitos:

  • Praticamente todos os dias do ano terão temperaturas do ar superiores aos extremos de temperatura pré-industriais;
  • O Oceano Ártico deve ficar livro de gelo por meses durante cada verão;
  • A área da camada de gelo da Groenlândia que experimenta mais de um mês de temperaturas superficiais acima de 0 graus Celsius quadruplicará em comparação com as condições pré-industriais, fazendo com que o nível do mar global suba mais rapidamente;
  • O permafrost em nível superficial diminuirá em 50% em relação aos níveis pré-industriais.

Preocupado com as descobertas, Dirk Notz, co-autor do estudo e professor da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, afirmou que “seria incrível se pudéssemos nos tornar mais conscientes desse poder e da responsabilidade que o acompanha, pois o futuro do Ártico realmente está em nossas mãos“.

Aquecimento global ou mudança climática? Entenda a diferença

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ártico deve passar por mudanças catastróficas até o fim deste século no site CNN Brasil.

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