O bilionário suíço Hansjorg Wyss, de 89 anos, um nome conhecido tanto pela fortuna quanto pelas doações filantrópicas, está sendo acusado de assédio sexual por um casal que trabalhou em sua vinícola na Califórnia, nos Estados Unidos.
Segundo os documentos judiciais, a ex-funcionária Madison Busby, relata que foi alvo de comportamentos inapropriados por parte de Wyss, incluindo apalpadas, exposição de sua genitália e propostas explícitas de sexo a três. “O Sr. Wyss então contou ao Sr. Mullins, na presença da Sra. Busby, como o bumbum da Sra. Busby ficava bem no vestido que ela usava”, diz um trecho do processo. “Algumas noites depois, o Sr. Wyss sugeriu à Sra. Busby que ela usasse o mesmo vestido novamente porque ficava sexy nela.”



Madison conheceu Wyss em 2019, através de seu então namorado Bryce Mullins, que já atuava como gerente geral da propriedade chamada Halter Ranch, localizada em Paso Robles. No primeiro encontro, afirma ela, o empresário “deliberadamente colocou a mão na bunda dela e a apalpou”.
Com o relacionamento ficando mais sério, Madison e Bryce se casaram e passaram a viver juntos na propriedade em 2021. Ela assumiu o cargo de gerente de projetos na vinícola, e, mesmo assim, segundo a denúncia, Wyss teria mantido e intensificado suas investidas.
“O Sr. Wyss disse à Sra. Busby o quanto gostava de fazer sexo a três, mesmo com outro homem”, consta no processo. “Ele até sugeriu um ‘quarteto’ e afirmou que seria ‘divertido’ para os três e outra mulher chamada Lori.”
O casal afirma que Wyss compartilhava relatos íntimos de experiências sexuais, exibia fotos de mulheres em lingerie e até propôs que eles participassem de orgias. Em uma ocasião, segundo o documento, ele chegou a dizer: “Se Bryce não estiver se comportando, você pode se juntar a mim na cama”.
Mesmo desconfortável, Madison não denunciou o comportamento imediatamente, com receio de represálias que poderiam afetar sua carreira e a do marido. “Ela foi imensamente prejudicada. Madison sofreu graves dificuldades devido ao assédio que ocorreu ao longo de muitos anos, bem como à perda de salários e danos futuros”, declarou seu advogado, John Ly.
Denuncia
Com o nascimento do primeiro filho, o casal se mudou para uma casa menor dentro da propriedade. Nesse período, afirmam que Wyss passou a cobrar um aluguel desproporcional de US$ 1.650, muito acima do que era praticado anteriormente. Também alegam que, ao retornarem da licença-maternidade, foram acusados de receber salários “excessivos”. Pressionada, Madison aceitou uma redução voluntária em seu pagamento, de US$ 75 mil para US$ 65 mil anuais, enquanto buscava apoio psicológico para lidar com o estresse.
Em julho de 2024, após anos de tensão e constrangimento, Madison decidiu pedir demissão e formalizou uma denúncia por má conduta. Bryce também deixou o trabalho na vinícola. Ambos acusam o magnata, que tem fortuna estimada em US$ 4,8 bilhões e já foi apontado como um dos maiores filantropos do mundo, de assédio prolongado e retaliação profissional.