
A mulher de 23 anos era vítima de violência doméstica e foi resgatada nesta semana, no interior de SP, após enviar um bilhete à diretora da escola do filho com um pedido de socorro. Mulher manda bilhete para escola pedindo ajuda
Uma mulher vítima de violência doméstica e cárcere privado foi resgatada no interior de São Paulo, após enviar um bilhete para escola do filho, de cinco anos, denunciando o marido pelas agressões e pedindo socorro.
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O caso repercutiu durante a semana e, por isso, o g1 preparou um material com as principais informações sobre o caso. Confira abaixo o que se sabe e o que ainda precisa ser esclarecido:
O que aconteceu?
Onde e quando o caso aconteceu?
O que a mulher escreveu no bilhete?
Como ela foi resgatada?
O que ela relatou à polícia?
O que aconteceu com o homem acusado das agressões?
O que aconteceu?
Uma mulher vítima de violência doméstica e cárcere privado foi resgatada após enviar um bilhete para a escola do filho, de cinco anos, denunciando o marido pelas agressões e pedindo ajuda.
Após receber o bilhete, a diretora da escola acionou a polícia, que foi até o local onde a mulher de 23 anos morava com o agressor e a resgatou.
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Mulher foi resgatada de cárcere privado após enviar bilhete para escola do filho
Polícia Civil/Divulgação
Onde e quando o caso aconteceu?
A família morava em Cruzeiro, no interior de São Paulo, mas o bilhete foi enviado para uma escola de Cachoeira Paulista, cidade vizinha na região do Vale do Paraíba, onde o filho da mulher estuda.
O resgate aconteceu na última quarta-feira (14), mas as agressões já vinham acontecendo antes.
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O que a mulher escreveu no bilhete?
Segundo a Polícia Civil, o bilhete escrito pela mulher tinha o seguinte recado à diretora da escola:
“Querida diretora, preciso de sua ajuda. O pai do meu filho está me batendo muito. Tem como você me ajudar? Para o bem dos meus filhos, por favor. Estou com muito medo. Obrigada”.
O bilhete foi entregue pela mulher ao filho, que levou o recado à direção da escola onde ele estuda. Assim, a diretora acionou a polícia.
A vítima relatou à polícia que, antes de enviar o bilhete para a escola do filho, chegou a escrever um outro bilhete para entregar à própria família relatando o que estava passando, mas que não conseguiu entregar, pois foi impedida de sair de casa.
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Bilhete que a mãe pediu para o filho de cinco anos entregar para a direção, pedindo socorro.
Arquivo pessoal
Como ela foi resgatada?
Após ser acionada pela diretora da escola, no fim de abril, a Polícia Civil iniciou as buscas pela mulher, que morava em uma casa distante, na zona rural de Cruzeiro.
Os policiais conseguiram encontrá-la ao menos 15 dias depois da denúncia, com a ajuda do motorista da van que levava o filho à escola.
Segundo a Polícia Civil, eles encontraram a mulher sendo mantida em cárcere privado e apresentando diversos ferimentos pelo corpo. A mulher foi socorrida e passa bem.
No boletim de ocorrência, a Polícia Civil justificou a demora no resgate alegando que a mulher morava na zona rural, em um local distante, o que dificultou a localização da casa.
“No final do mês de abril se fez presente nesta Unidade Policial a diretora da escola, trazendo a grave notícia de que a mãe do aluno, através de um bilhete encontrado no caderno da criança, pedia socorro urgente, pois estaria apanhando muito do seu esposo e ela temia pela sua vida e também dos filhos. Diante dessa grave notícia, a Polícia Civil procurou tomar as providências o mais rápido possível, entretanto, por ser local distante e na zona rural, foi difícil encontrar a casa onde reside a vítima com a sua família. Na data de hoje (14 de maio), com a ajuda do motorista da van escolar, foi possível a localização do imóvel”, diz trecho do boletim de ocorrência.
Mulher é resgatada de cárcere privado após filho levar bilhete para a escola com pedido de socorro no interior de SP
Foto 1: Rauston Naves | Foto 2: Arquivo pessoal
Em entrevista à TV Vanguarda, o delegado Mário Senne reforçou que a maior dificuldade foi localizar o sítio onde a família morava.
“Demorou porque a gente não estava conseguindo achar a localização exata do sítio. A gente não tinha um ponto de referência. Somente que era às margens da Rodovia Presidente Dutra. E isso dificultou um pouquinho o trabalho. Conseguimos identificar o motorista da van que trazia a criança até a escola e, através dele, ele indicou o caminho exato pra gente, e foi possível localizar a moça, a vítima”.
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O que ela relatou à polícia?
Consta no boletim de ocorrência que a vítima relatou aos policiais que o companheiro a agredia rotineiramente, sem qualquer motivação.
Afirmou também que vivia em cárcere privado, sem poder sair de casa, e que quando conseguia sair era somente na companhia do agressor.
A mulher disse ainda que era proibida de usar celular e que o companheiro fazia severas ameaças de morte caso contasse sobre as agressões para alguém.
“Afirmou que vive em ‘cárcere privado’, sem poder sair da sua casa e quando consegue sair é somente na companhia do companheiro. Disse ser proibida de usar telefone celular. Afirmou que o seu companheiro faz severas ‘ameaças de morte caso conte os fatos para terceiros’, inclusive fala que vai matar o sogro a sogra e os cunhados caso ela o denuncie”, diz o Boletim de Ocorrência.
Ainda segundo a Polícia Civil, a mulher relatou que, após enviar o bilhete pedindo ajuda, foi espancada no dia 1º de maio com uma vara de bambu.
Em outro episódio de agressão, ela contou que o companheiro chegou a arrancar tufos de cabelo dela.
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O que aconteceu com o homem acusado das agressões?
O companheiro dela, um caseiro de 26 anos, foi preso em flagrante pela polícia, por cometer os crimes de ameaça, violência doméstica, cárcere privado e lesão corporal.
Segundo o BO, o homem preso admitiu ter agredido a mulher uma vez, mas negou que a mantivesse em cárcere privado.
Na quinta-feira (15), um dia após a prisão, o Tribunal de Justiça de São Paulo o manteve preso.
O homem passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça. Com isso, ele deve responder preso pelas acusações de ameaça, violência doméstica, cárcere privado e lesão corporal.
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